A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta sexta-feira, 27 de janeiro, que manterá a bandeira verde acionada em fevereiro para todos os consumidores do país. Com a decisão, a conta de luz continuará sem cobrança adicional no próximo mês.
Em nota, o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, afirma que a manutenção reflete projeções realizadas no ano passado, que apontavam boas expectativas para os próximos meses. “As bandeiras dão transparência ao custo real da energia e permitem ao consumidor se programar e ter um consumo mais consciente.”
Com a chegada do período chuvoso – dezembro e janeiro bateram recorde em volume de chuva no país – melhoram os níveis dos reservatórios e as condições de geração das usinas hidrelétricas, as quais possuem um custo mais baixo.
Dessa forma, não é necessário acionar empreendimentos com energia mais cara, como é o caso das usinas termelétricas. A bandeira verde está em vigor desde 16 de abril do ano passado. De setembro de 2021 a 15 de abril, os consumidores pagaram um adicional de R$ 14,20 por 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos, referente à bandeira escassez hídrica.
Aumento
Em 21 de junho, a agência aprovou aumentos da ordem de 60% nos valores das bandeiras tarifárias amarela e vermelha 1. O valor da amarela terá reajuste de 59,5%, de R$ 1,874 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos para R$ 2,989. Já a vermelha 1 vai de R$ 3,971 para R$ 6,500 a cada 100 kWh. Alta chega a 63,7%.
O patamar mais caro da bandeira, a vermelha 2, passou de R$ 9,492 a cada 100 kWh para R$ 9,795, aumento de 3,2%. O sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015 para indicar os custos da geração de energia no país aos consumidores e atenuar os reajustes das tarifas e o impacto nos orçamentos das distribuidoras de energia.
Sistema Economia
Quando vigora a bandeira verde, não há acréscimos na conta de luz. A agência aprovou em julho do ano passado reajuste nas bandeiras amarela e vermelha patamar 1. A taxa cobrada pela bandeira amarela aumentou de 39,5%, de R$ 1,343 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) para R$ 1,874. Já a bandeira vermelha 1 passou de R$ 4,169 a cada 100 kWh consumidos para R$ 3,971 – redução de 4,75%.
Em junho de 2021, a agência já havia aprovado um aumento de 52% no valor da bandeira vermelha 2. Até então o valor cobrado era de R$ 6,24 a cada 100 kWh, mas subiu para R$ 9,49. No ano passado, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço da energia elétrica avançou 21,21% no país.
A Aneel estima que a tarifa de energia elétrica deve subir, em média, 5,6% em 2023. O dado foi apresentado na quarta-feira, 23 de novembro, ao grupo de Minas e Energia do governo de transição. A projeção da agência é que, no próximo ano, sete distribuidoras tenham reajuste superior a 10%.
Outras 15 distribuidoras vão praticar aumentos entre 5% e 10%. Já as contas de luz de 17 companhias terão alta entre 0% e 5% e para 13 empresas distribuidoras a correção será inferior a zero porcento (0%). No relatório, a Aneel destaca que os percentuais dependem de premissas que podem ser alteradas até a homologação dos processos tarifários.
Ribeirão Preto
Em 8 de abril do ano passado, a conta de luz ficou mais cara para 322.817 consumidores da CPFL Paulista em Ribeirão Preto e mais 4,4 milhões de clientes espalhados por outras 233 cidades do estado de São Paulo. Subiu, em média, 14,97% devido à revisão tarifária da concessionária de energia elétrica que atende a região.
Para os consumidores residenciais, o aumento foi de 13,8%. Para os clientes da alta tensão – indústrias, shopping centers e outros estabelecimentos de grande porte – o reajuste ficou em 16,42%. Para os consumidores de baixa tensão, como pequenos negócios, exceto os clientes residenciais, a alta chegou a 14,24%.