A CPFL Paulista, distribuidora que atende a 4,3 milhões de unidades consumidoras em 234 municípios paulistas – 290 mil somente em Ribeirão Preto – registrou 740 desligamentos pela utilização de pipas próximas à rede elétrica no período de férias de janeiro de 2017, sendo que nas férias de meio de ano, em junho e julho, foram 1.696 interrupções causadas pelo brinquedo.
Nos anos anteriores, a quantidade de acidentes também foi grande: em 2015, ocorreram 896 desligamentos em janeiro e 1.771 em julho e em 2016, 742 desligamentos em janeiro e 1.763 em julho. Na região de Ribeirão Preto (inclui Franca, Araraquara e mais 90 municípios), foram 199 desligamentos causados pela brincadeira próxima à rede elétrica, em janeiro de 2017, média superior a seis por dia.
Nos anos anteriores a quantidade de acidentes na área de atuação da concessionária foi alta. Em 2015, nas 93 cidades da Regional Nordeste, ocorreram 222 desligamentos em janeiro e 545 em julho. Em 2016, foram 212 em janeiro e 579 em julho. As pipas são brinquedos inofensivos, mas que podem causar transtornos quando utilizados de forma inadequada, podendo provocar acidentes e falta de energia elétrica.
Muitas pipas que ficam enroscadas nos fios causam interrupções até mesmo nos meses seguintes. Isso ocorre porque a linha, enrolada nos cabos elétricos, se torna condutora de energia e provoca curtos-circuitos quando chove. Comprometida com a segurança da população e a qualidade do fornecimento de energia elétrica, a CPFL recomenda que pais e responsáveis acompanhem e instruam crianças e adolescentes ao utilizarem o brinquedo.
Os acidentes elétricos causados pelas pipas poderiam ser evitados se fossem adotados alguns cuidados, como escolher locais longe da fiação elétrica – campos abertos e parques com áreas planas –, longe do entorno de rodovias ou de avenidas de intenso movimento. A tentativa de resgatar uma pipa enroscada na fiação também pode provocar desligamentos no fornecimento de energia e causar acidentes com vítimas. Se acontecer de a pipa ficar presa em um fio, a melhor coisa a fazer é dá-la como perdida.
Ressaltando que o uso do cerol (mistura de cola, limalha e vidro moído) ou da chamada “linha chilena” é considerado crime penal capitulado nos artigos 129, 132 e 278 do Código Penal Brasileiro, além do artigo 37 da Lei das Contravenções Penais. Além disso, sua formulação pode conter limalha de ferro, substância que provoca curtos-circuitos e choques elétricos, além de ser um risco para ciclistas e motociclistas.