Tribuna Ribeirão
Economia

Energia deve subir em abril

© Marcello Casal jr/Agência Brasil

A conta de luz de 322.817 consumidores da CPFL Paulista em Ribeirão Preto e mais 4,4 mi­lhões de clientes espalhados por outras 233 cidades do estado de São Paulo deve ficar mais cara em abril, mês da revisão tarifária da concessionária de energia elé­trica que atende a região.

Bandeira tarifária
Em abril termina o contrato do governo federal com as usi­nas térmicas. O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou na quin­ta-feira, 17 de março, em trans­missão ao vivo nas redes sociais, que a bandeira escassez hídrica e os acordos com termelétricas vão acabar. “Contratamos no ano passado termelétricas. Esse con­trato acaba agora em abril, super­bandeira deixa de existir”, diz.

O anúncio oficial, no entan­to, caberá à Agência Nacional de Energia Elétrica. Em setembro, o valor da taxa adicional cobra­da nas contas de luz passou de R$ 9,49 a cada 100 quilowatts­-hora (kWh) consumidos para R$ 14,20, alta de 49,63%. O valor irá vigorar até o último dia de abril e provocou aumento real de 6,78% na tarifa média.

Diesel
A Aneel pode optar por outras bandeiras (vermelha, amarela ou verde, quando não há taxa extra). O efeito da alta dos combustíveis não vai se restringir às bombas dos pos­tos de gasolina ou às prateleiras dos supermercados, inflacio­nadas com o custo do trans­porte. A conta de luz também deve subir, mesmo sem a ban­deira de escassez hídrica.

O governo e órgãos do setor elétrico ainda fazem as contas. A equação é complicada em função da volatilidade diária que domina os preços dentro e fora do Brasil, mas o fato é que o preço do óleo diesel subiu, e esse repasse é inevitável para bancar as operações de usinas térmicas movidas pelo combustível.

Essas usinas são as mais ca­ras de todas as fontes de geração e já foram acionadas à exaustão até o fim do ano passado, por causa da crise hídrica. Com as chuvas de verão, parte delas foi desligada, mas ainda assim há centenas que continuam em operação, por dois motivos. O primeiro é que essa geração aju­da a preservar os reservatórios das hidrelétricas para que atra­vessem o período seco.

Consumidor paga
O segundo é que as térmi­cas a óleo são, basicamente, a única fonte de energia elétrica em centenas de municípios do Brasil que ainda não estão co­nectados ao sistema nacional de transmissão. Seja qual for o motivo de acionamento das usinas a óleo, quem paga mais essa conta é o consumidor.

Cada centavo gasto por es­sas térmicas é bancado por um encargo embutido na conta de luz, a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC). No fim do ano passado, já se previa que as despesas com o encargo subiriam 21% neste ano, che­gando a R$ 10,3 bilhões, justa­mente em função do aumento dos preços dos combustíveis.

Guerra
Agora, em decorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia e das dificuldades de se pre­ver os impactos nos preços dos combustíveis, não se sabe exatamente onde isso vai parar. Em 22 de abril do ano passado, a Aneel aprovou reajuste mé­dio de 8,95% na conta de luz da CPFL Paulista.

Para os consumidores re­sidenciais e pequenos comér­cios, que também entram na faixa de baixa tensão, o aumen­to foi de 8,64%. Para os clien­tes da alta tensão – indústrias, shopping centers e outros esta­belecimentos de grande porte – o reajuste ficou em 9,60% e começou a valer cerca de 15 dias depois da data da revisão tarifária da concessionária, 8 de abril.

Em 2023
Além disso, a diretoria da Aneel aprovou na terça-feira (15) um novo empréstimo ao setor elétrico que envolverá até R$ 5,3 bilhões. Os recursos se­rão usados para bancar medi­das adotadas para evitar falhas no fornecimento de energia no ano passado, quando o país enfrentou uma grave escassez nos reservatórios. O socorro financeiro irá evitar um au­mento expressivo nas contas de luz neste ano, mas será pago pelos consumidores a partir de 2023, com juros.

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