O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021 terá início neste final de semana e terá duas modalidades, a impressa e a digital. Este é o segundo ano de aplicação da modalidade digital do exame. Nesta edição, as duas versões serão nas mesmas datas – 21 e 28 de novembro – e os itens das provas e o tema da redação, iguais.
A versão impressa ainda concentra a maior parte dos candidatos. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 3.109.762 estão inscritos no Enem 2021. Destes, 3.040.871 farão a prova impressa e 68.891, a digital.
O Enem digital foi aplicado pela primeira vez no início deste ano, na edição de 2020. Naquela edição, porém, tanto as provas quanto as datas de realização foram diferentes das do Enem impresso. Em meio à pandemia, cerca de 70% dos inscritos não compareceram ao exame.
O Enem é composto por uma prova de redação e quatro provas com 45 questões objetivas cada: linguagens, matemática, ciências humanas e ciências da natureza. No primeiro dia de prova, os participantes farão as provas de linguagens, ciências humanas e redação. No segundo, matemática e ciências da natureza.
Locais de prova
Os locais de prova estão disponíveis no Cartão de Confirmação de Inscrição na Página do Participante. Os itens do Enem são elaborados por especialistas selecionados por meio de chamada pública do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Eles devem seguir a matriz de referência, guia de elaboração e revisão de itens estabelecidos pelo Inep. Após escritos, os itens passam, então, por revisores e depois por especialistas do instituto. Finalmente, os itens são pré-testados em aplicações feitas em escolas pelo país. O processo é sigiloso e os estudantes não sabem que estão respondendo a possíveis questões do Enem.
Com a aplicação, avalia-se a dificuldade, o grau de discriminação e a probabilidade de acerto ao acaso da questão. Os itens aprovados passam a compor o BNI, que fica disponível para aplicações futuras do Enem. Neste ano, a suposta interferência do governo do presidente Jair Bolsonaro na elaboração das questões gerou polêmica, pedidos de afastamento do presidente do Inep, Danilo Dupas, e também de cancelamento das provas.
Polêmica
O processo de elaboração da prova ganhou evidência na reta final para a realização do Enem. Este mês, servidores do Inep realizaram ato para denunciar problemas que vêm ocorrendo na atual gestão do presidente Danilo Dupas. O ato culminou no pedido de exoneração dos cargos ocupados por 37 servidores. Tanto Dupas quanto o ministro da Educação, Milton Ribeiro, negam que tenha havido fraude na prova e garantiram a realização do Enem.
Liminar negada
Na quinta-feira (18), a Justiça Federal do Distrito Federal (JFDF) negou liminar (decisão provisória) para afastar Dupas do cargo. O pedido foi feito por três entidades ligadas à Educação – o Instituto Campanha Nacional pelo Direito à Educação, a Educafro (Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes). Nesta sexta-feira (19), a Justiça Federal de São Paulo negou liminar em ação semelhante impetrada pela Defensoria Pública da União (DPU).
O Enem seleciona estudantes para vagas do ensino superior em universidades públicas, pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), para bolsas em instituições privadas, pelo Programa Universidade para Todos (ProUni), e serve de parâmetro para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Os resultados também podem ser usados para ingressar em instituições de ensino portuguesas que têm convênio com o Inep.
Tribunal de Contas
Após representação de deputados da oposição, o Tribunal de Contas da União abriu um procedimento para apurar “possíveis irregularidades” na organização do Enem, “especialmente acerca de fragilidade técnica e administrativa relacionadas às interferências na gestão do Inep”. O caso está sob relatoria do ministro Walter Alencar Rodrigues e foi autuado na quarta-feira (17).