Tribuna Ribeirão
Economia

Endividamento das famílias cai a 67,2%

Marcello Casal Jr/Agência Brasi

O número de brasileiros endividados diminuiu este mês, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Co­mércio de Bens, Serviços e Tu­rismo (CNC). De agosto para setembro, após três altas con­secutivas, caiu em 0,3 ponto percentual o indicador relativo ao número de brasileiros com dívidas em cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque espe­cial, carnê de loja, crédito con­signado, empréstimo pessoal e prestação de carro e de casa.

O índice, que havia alcança­do o maior percentual da série histórica em agosto, chegou a 67,2% neste mês. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumi­dor (Peic). No comparativo anual, contudo, o indicador re­gistrou aumento de 2,1 pontos percentuais.

Segundo o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a primeira queda no endivi­damento das famílias desde maio reflete uma melhora na economia. “Indicadores re­centes têm mostrado que a recuperação gradual da eco­nomia para os próximos dois trimestres está mais robusta do que as estimativas indica­vam”, afirma Tadros, em co­municado da confederação.

Ele alerta que, embora te­nha havido queda na margem, a proporção de consumidores endividados no Brasil ainda é elevada. “Para apoiar a re­tomada, é importante seguir ampliando o acesso ao crédito com custos mais baixos, mas, principalmente, possibilitar o alongamento de prazos de pa­gamento das dívidas para miti­gar o risco da inadimplência no sistema financeiro”, diz.

A Peic revela ainda uma mudança nas trajetórias do en­dividamento. Entre as famílias que recebem até dez salários mínimos, o percentual caiu pela primeira vez desde maio, chegando a 69% do total – após ter alcançado o recorde de 69,5%, em agosto. Entre as fa­mílias com renda acima de dez salários, esta mesma proporção teve o primeiro aumento desde abril, subindo a 59%.

Economista da CNC res­ponsável pela pesquisa, Izis Ferreira afirma que a redução do endividamento entre as fa­mílias de menor renda mostra que os benefícios emergenciais têm contribuído para elevar o consumo de bens e o pagamen­to de despesas. “Por outro lado, as famílias com renda mais alta, que estavam ampliando as suas poupanças, aparentemen­te iniciaram uma retomada do consumo via crédito”, explica.

O total de famílias com dívidas ou contas em atraso também apresentou a pri­meira redução mensal desde maio, caindo de 26,7%, em agosto, para 26,5%, em setem­bro. Em comparação com o mesmo mês do ano passado, a proporção cresceu 2 pon­tos percentuais. A parcela das famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes se manteve pra­ticamente estável. No mesmo período de 2019, o indicador havia alcançado 9,6%.

A parcela média da renda comprometida com dívidas en­tre as famílias endividadas caiu para 29,9% da renda mensal. É o terceiro mês de queda apre­sentado pelo indicador desde janeiro de 2020, o que favorece a capacidade de pagamento.

Com relação aos tipos de dívida, o cartão de crédito se­gue sendo, em setembro, a principal modalidade de endi­vidamento para 79% das famí­lias. Na sequência, aparecem os carnês (16,7%) e o financia­mento de veículos (10,3%). Izis chama atenção para o fato de o cartão de crédito, que havia perdido espaço no endivida­mento de janeiro a junho deste ano, vir ampliando sua partici­pação desde julho.

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