Tribuna Ribeirão
Economia

Endividamento das famílias bate recorde

Marcello Casal Jr/Agência Brasi

Em meio à pandemia do novo coronavírus, o endivi­damento das famílias brasi­leiras bateu recorde em ou­tubro do ano passado. Dados divulgados nesta quinta-fei­ra, 28 de janeiro, pelo Banco Central mostram que, naque­le mês, o endividamento che­gou a 50,3%. Este é o maior porcentual da série histórica, iniciada em 2005.

O percentual reflete o sal­do das dívidas bancárias das famílias em relação à renda acumulada em doze meses. Entram na conta todas as dí­vidas com bancos, incluindo as de financiamento imobili­ário. Conforme o BC, o endi­vidamento das famílias sem considerar financiamentos imobiliários atingiu 29,3% em outubro.

Os números do BC mos­tram ainda que o comprome­timento da renda das famílias com as dívidas bancárias che­gou a 21,7% em outubro. Neste caso, o número reflete o quanto da renda é destinado ao paga­mento do serviço da dívida to­dos os meses.

O valor de 21,7% também é o maior da série histórica, mas já havia sido verificado também em setembro de 2015. Sem o financiamento imobiliário, o comprometimento da renda das famílias atingiu 18,9% em outubro do ano passado.

Juros
As famílias e empresas pa­garam taxas de juros mais bai­xas em 2020, de acordo com as Estatísticas Monetárias e de Crédito divulgadas pelo Ban­co Central (BC). No crédito às famílias, a taxa média atingiu 37% ao ano em dezembro, o menor da série histórica inicia­da em 2011, com reduções de 9 pontos percentuais se compa­rado a 2019 e de 1,2 ponto per­centual em relação a novembro.

De acordo com o BC, o destaque em dezembro foi a redução de 5,8 pontos percen­tuais no crédito pessoal não consignado, chegando a 74,5% ao ano. Se comparado a dezem­bro, a queda foi de 20,1 pontos percentuais. Os juros do crédito consignado caíram 1,9 ponto percentual no ano e se mantive­ram estáveis entre novembro e dezembro em 18,6% ao ano.

Porém, a taxa do cheque especial chegou a 115,6% ao ano em dezembro, aumento de 2,1 pontos percentuais em relação a novembro e queda de 132 pontos percentuais se com­parado a dezembro de 2019. Também houve aumento nos juros médios do rotativo do cartão de crédito.

A taxa chegou a 328,1% ao ano, com elevação de 6,9 pontos percentuais no mês e 9,3 pon­tos percentuais no ano. No caso do rotativo regular, quando o cliente paga pelo menos o valor mínimo da fatura, a taxa che­gou a 301,9% ao ano, aumento de 8,6 pontos percentuais entre novembro e dezembro e de 15,7 pontos percentuais comparado a dezembro de 2019.

A taxa do rotativo não re­gular (dos clientes que não pagaram ou atrasaram o pa­gamento mínimo da fatu­ra) também subiu e chegou a 347,7% ao ano, alta de 6,4 pontos percentuais em relação ao mês anterior e de 8,1 pon­tos percentuais no ano.

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