Está chegando ao final a 20ª Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto, edição histórica que tornou o evento internacional, e com a experiência de realização 100% em ambiente virtual para atender as restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus. Nestes dois últimos dias, a programação reúne atividades variadas, que seguem colocando no centro do debate as “Velhas e Novas Utopias”, temática central do evento.
No sábado (28), a educadora Bel Santos Mayer abre a programação, no Salão de Ideias “A literatura como direito humano: utopia?”, a partir das 13h. Uma das criadoras do projeto Biblioteca Caminhos da Leitura, que promove leitura em espaços que vão de maternidade a cemitérios, mudando a realidade de Parelheiros, região com um dos menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) de São Paulo. Bel Santos Mayer também é gestora da Rede LiteraSampa, formada por bibliotecas comunitárias da periferia da capital, Guarulhos e Mauá. Com a chegada da pandemia do Coronavírus, ela criou a ação 4Ps (Pão, Proteção, Poesia e Plantio), que mudou a vida de mais de 1.400 famílias com alimentação, produtos de higiene e máscaras, livros e hortas comunitárias.
No próximo Salão de Ideias do dia, às 18h, estará o médico e escritor Carlos Roberto Ferriani, autor local homenageado desta edição da FIL. Ele leva para o público o bate-papo “Palavras que sou”, um diálogo poético-filosófico com frases de seus três livros. Em seguida, a cantora e compositora Verônica Ferriani, filha do homenageado, apresenta o show “Poemáticas”, espetáculo inédito em que ela faz um tributo à obra do pai. No repertório, canções conhecidas da música brasileira e composições autorais com temáticas relacionadas aos poemas de Carlos Roberto Ferriani.
O sábado ainda tem a Mesa de Debate “Utopias Sonhadas, Distopias Anunciadas: A ficcionalização dos corpos utópicos e distópicos”, com as pesquisadoras Fabiana Gomes de Assis, doutora em Estudos Literários; e Ildney Cavalcanti, professora na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), e coordenadora do grupo Literatura & Utopia, especialmente nas áreas de crítica feminista, estudos de gênero e estudos queer. A contação de história “A viagem da caixa vermelha”, com La Diva Croquete; e a entrevista com a autora Elza Luli Miyasaka também podem ser acompanhadas no sábado.
George Orwell e Heloísa Seixas
O encontro mensal do Clube do Livro foi levado para dentro da FIL e debate uma das mais famosas representações literárias de uma sociedade distópica: o romance “1984”, obra clássica do escritor britânico George Orwell (1903-1950). A atividade será coordenada pela bibliotecária Gabriela Pedrão, a partir das 16h. Ambientado numa província de um superestado, “1984” trata de um mundo em guerra perpétua, vigilância governamental que persegue o individualismo e a liberdade de expressão, e manipulação pública e histórica.
E “O que teria acontecido se…” é o tema da Conferência com a escritora carioca Heloísa Seixas, a partir das 19h30. Autora de mais de 20 livros em diferentes gêneros literários (romance, conto, crônica, memórias, títulos infantis e juvenis e de não-ficção), Heloisa Seixas também é autora de peças teatrais e foi finalista do prêmio Jabuti em duas oportunidades. “Tem sido uma semana valorosa, alegre e especial. Vimos que a escolha do tema desta edição da Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto foi muito acertada e a Fundação do Livro e Leitura reforça o convite para todo mundo seguir participando das atividades deste final de semana”, reforça Adriana Silva, curadora do evento.
Encerramento
No domingo (29), o último dia da FIL 2021 começa com a Mesa de Debate “Distopias na Literatura”, às 13h, com o historiador Daniel Lameira e a escritora Aline Valek. Nome à frente das editoras Aleph e Antofágica, da qual é co-fundador, Daniel Lameira tem sido responsável por levar frescor à cena do mercado editorial nacional. A experiência em diferentes áreas desse setor tendeu a rendeu a Lameira um sólido conhecimento sobre como lidar com o livro em diferentes aspectos, como atingir o leitor e como levar o livro para não leitores. Já Aline Valek é autora de dois romances, várias publicações independentes e da newsletter “Uma Palavra”. Ela ainda conta histórias no podcast Bobagens Imperdíveis.
Logo no início da tarde, às 14h30, será exibido o filme “Slam: Voz de Levante”, documentário brasileiro sobre o surgimento e crescimento do poetry slam no Brasil (campeonatos de poesia falada), criados há mais de 30 anos nos Estados Unidos e que desde 2008 tem se fortalecido por aqui. A direção é de Roberta Estrela D’Alva e Tatiana Lohmann.
A pergunta “A Utopia é uma verdade?” baliza o Salão de Ideais com o físico Marcelo Gleiser, às 16h30. Também astrônomo, escritor, professor e roteirista, Gleiser é um cientista de interesses múltiplos, com paixão especial pela literatura. Autor de 14 livros – traduzidos para 15 línguas – é vencedor de três prêmios Jabuti. É membro da Academia Brasileira de Filosofia e da Sociedade Americana de Física, além de pesquisador e professor da Faculdade de Dartmouth (EUA). O lançamento do livro “Quando as flautas descem as montanhas”, segunda obra infantil de Miriam Guedes; e entrevista com a escritora Maris Ester Souza, presidente da Casa do Poeta e Escritor de Ribeirão Preto também estão na agenda.
Música e Poesia
O show-leitura “Hélio Flanders & As Folhas de Relva” – realizado em parceria com o Sesc – é a última atividade da 20ª edição da Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto. Conhecido pelo trabalho como vocalista da banda Vanguart, Hélio Flanders é cantor, compositor, multi-instrumentista, tradutor e escritor.
Neste show de encerramento da FIL 2021, o artista novamente coloca sua veia literária em cena, homenageando o bicentenário de Walt Whitman, poeta norte-americano considerado pai do verso livre e poeta da democracia. O show mescla versos de Whitman às canções do disco “Uma Temporada Fora de Mim” (2015), primeiro trabalho solo de Flanders.
Consagrada como um dos maiores eventos culturais o Brasil, a Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto completou 21 anos de história e 20 edições realizadas com esta edição histórica de 2021. Ao longo dos últimos 10 dias, a FIL levou ao público do Brasil e do exterior cerca de 60 atividades 110 horas de programação.
SERVIÇO: FIL 28/08 (sábado)
13h: Salão de Ideias “A literatura como direito humano: utopia?”, com Bel Santos
14h10: Contação de História “A viagem da caixa vermelha”, com La Diva Croquete
14h20: Entrevista com autora local Elza Luli Miyasaka
14h30: Mesa de Debates “Utopias Sonhadas, Distopias Anunciadas: A ficcionalização dos corpos utópicos e distópicos”, com Ildney Cavalcanti e Fabiana Gomes de Assis
16h: Clube do Livro, com “1984”, de George Orwell
18h: Salão de Ideais “Palavras que sou”, com Carlos Roberto Ferriani
19h: Show “Poemáticas”, com Verônica Ferriani
19h30: Conferência “O que teria acontecido se….”, com Heloísa Seixas
SERVIÇO: FIL 29/08 (domingo)
13h: Mesa de Debate “Distopias na Literatura”, com Daniel Lameira e Aline Valek
14h30: Exibição do documentário “Slam: Voz de Levante”
16h30: Salão de Ideias, com Marcelo Gleiser
17h30: Lançamento do livro “Quando as flautas descem as montanhas”, de Miriam Guedes
17h50: Entrevista com autora local Maris Ester Souza
18h: Show “Hélio Flanders & As Folhas de Relva”, com Hélio Flanders
Para acompanhar a programação completa da FIL, basta acessar os canais da Fundação do Livro e Leitura: www.
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