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MAURÍLIO BIAGI – Empresa vai instalar alambrado em parque

A prefeitura de Ribeirão Preto vai gastar R$ 118,5 mil para tentar controlar a infestação de carrapa­to-estrela que se tornou endêmica no Parque Ecológico Maurílio Bia­gi, no Centro da cidade, às mar­gens do córrego Laureano. Depois da falta de interesse de uma série de empresas, a Conhidro Cons­trução aceitou realizar o serviço e venceu a licitação, conforme consta no Diário Oficial do Muni­cípio (DOM) desta terça-feira, 13 de março. Ainda cabe recurso no prazo de cinco dias.

Antes da definição de ontem, a construtora vencedora do cer­tame de R$ 103.868,81 desistiu, a segunda colocada, também con­vocada, não se interessou, e na edição do Diário Oficial do Mu­nicípio (DOM) de 6 de fevereiro, a administração chamou a terceira classificada, a Fanor Construtora e Incorporadora, que também des­cartou o serviço.

O processo de compras nº 39/2017 tem por objetivo a “con­tratação de empresa especializada para construção de alambrado em área pública localizada na área interna do Parque Maurílio Biagi às margens do córrego Laureano, com fornecimento de mão de obra e material, conforme descrito em edital e seus anexos”.

No dia 2 de janeiro, foi publi­cado no DOM o edital de adjudi­cação, dando como vencedora a Crisacon Construtora, de Ribei­rão Preto. Com a desistência da primeira colocada, no dia 31 a prefeitura anunciou a convocação da GG Ribeirão Construtora, que teve cinco dias de prazo para con­firmar seu interesse em aceitar o serviço, mas não se manifestou. Depois foi a vez da terceira coloca­da desistir.

O alambrado às margens do córrego Laureano, no trecho que corta o Parque Maurílio Biagi, tem por objetivo impedir a circulação de capivaras, animais que carre­gam o carrapato-estrela, responsá­vel pela transmissão da febre ma­culosa aos seres humanos. Entre agosto de 2014 e 31 de janeiro e 2015, o local ficou seis meses in­terditado por causa de uma infes­tação de carrapatos.

A infestação ocorreu por cau­sa da quantidade de capivaras que ficavam às margens do córrego que cruza o recinto. Os animais, segundo biólogos, são hospedei­ros do parasita transmissor da febre maculosa, doença que pode levar os seres humanos à mor­te. A prefeitura limpou as áreas contaminadas e substituiu a areia dos playgrounds, além de instalar defensas de concreto ao redor do córrego, para evitar que as capiva­ras acessem o parque.

As medidas, no entanto, não foram suficientes para acabar com a infestação. Isso porque, apesar de se reproduzir uma vez por ano, a fêmea do carrapato coloca de mil a 20 mil ovos por vez. Pesquisa­dores da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Universidade de São paulo (USP) e da Superintendência do Controle de Endemias (Sucen) já comprovaram que as capivaras apresentam um importante papel na transmissão da febre maculosa.

De acordo com um dos co­ordenadores do estudo, o profes­sor Marcelo Bahia Labruna, da FMVZ, esses roedores são hospe­deiros amplificadores da bactéria causadora da doença, a “Rickettsia rickettsii” (riquétsia). A febre ma­culosa é transmitida aos seres hu­manos pela picada do carrapato estrela infectado com riquétsia. A doença causa febre, dor muscular, cefaléia e, em 70% dos casos, man­chas na pele a partir do terceiro dia após a infecção, podendo haver necrose das extremidades e, nos casos mais graves, levar à morte.

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