Situada em Ribeirão Preto e especializada no desenvolvimento de produtos biotecnológicos e imunobiológicos, a Farmacore afirma que está desenvolvendo uma vacina inovadora contra o coronavírus (covid-19).
A empresa tem experiência no ramo. Os cientistas da Farmacore, em parceria com a norte-americana PDS Biotechnology, participaram com sucesso no desenvolvimento de uma nova vacina contra tuberculose no Brasil e no exterior.
Para a covid-19, a empresa afirma que desenhou uma composição vacinal que contém um importante antígeno viral associado a um sistema carreador inovador.
“A Farmacore possui uma plataforma tecnológica para desenvolvimento de vacinas altamente inovadoras com comprovada eficácia para diversas doenças, tanto para o setor humano como veterinário. A empresa parceira norte americana possui um pipeline de vacinas já em ensaio clínico nos EUA com aprovação do FDA. A junção das duas tecnologias permite uma formulação altamente imunogênica e com um sistema de delivery comprovadamente seguro e eficaz”, diz Helena Faccioli, diretora executiva da Farmacore.
Segundo Faccioli, o conhecimento conjunto dará velocidade ao desenvolvimento da vacina contra a covid-19, ela diz que isso pode encurtar os prazos para os testes. “Não podemos precisar o tempo, pois além dos desafios técnicos, existem as normas regulatórias a serem seguidas, indispensáveis para a realização dos testes em humanos”, completa.
Norberto Prestes, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos destaca a relevância do Brasil na produção de vacinas e a importância da entidade no apoio à busca de soluções para a saúde pública. “Nesse cenário de pandemia pelo qual estamos passando, é prioritário o apoio às empresas brasileiras que estejam buscando uma solução para a covid-19, apresentando-as a órgãos governamentais e empresas do setor privado para a fabricação em larga escala, e esse tem sido nosso papel junto à Farmacore”, finaliza.
A Farmacore foi fundada em 2005 como uma empresa Start Up na área de Biotecnologia, com foco em P&D de produtos imunobiológicos inovadores para uso no setor da saúde humana e veterinária. É uma empresa de base tecnológica que realiza pesquisa e desenvolvimento de produtos e processos biotecnológicos para os setores humano e veterinário. Desenvolve produtos biotecnológicos e imunobiológicos inovadores e agrega valor a eles em todas as fases de desenvolvimento, desde a concepção de projetos até a produção de biomoléculas.
A PDS Biotechnology é uma empresa de desenvolvimento de produtos nas áreas de oncologia e doenças infecciosas em estágio clínico. Possui uma plataforma tecnológica para delivery de imunobiológicos, denominada Versamune®. Esse sistema já foi aprovado pelo FDA e testado com sucesso, em parceria com a MERCK and Co., e com o National Cancer Insitute (NCI) dos EUA, em ensaios clínicos de fase I e II em humanos como vacina terapêutica contra o HPV16 e influenza.
Vacina desenvolvida pela China mostra resultados promissores
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China publicou na última sexta-feira, na revista médico-científica The Lancet, que uma vacina ainda em fase de testes mostrou-se eficaz em ajudar a resposta do sistema imunológico ao novo coronavírus.
Segundo a publicação, a vacina é segura para o uso humano e foi testada em 108 voluntários. A resposta imunológica criada pelo medicamento, no entanto, ainda não pode ser avaliada. Os resultados finais dos testes clínicos serão divulgados em seis meses. A vacina será a primeira no mundo a atingir a fase 1 de testes clínicos – um processo dividido em quatro etapas que assegura a eficácia e segurança de novos medicamentos e vacinas.
A vacina é feita a partir de uma versão atenuada do vírus SARS-CoV-2, e é aplicada de forma intramuscular. “Esses resultados representam um marco importante. Os testes mostram que uma única dose produz anticorpos específicos em 14 dias, o que a torna uma candidata para investigações futuras”, afirmou o professor Wei Chen, do instituto de Biotecnologia de Pequim, responsável pelo estudo.
“Os desafios propostos pela covid-19 não têm precedentes, e a habilidade de acionar o sistema imunológico não significa, necessariamente, que estaremos protegidos da covid-19. Ainda estamos longe de ter essa solução disponível para todos”, afirmou Chen, no artigo publicado.