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Emprego recua 35% no comércio paulista  

Nos serviços, recuo foi de 26,7% em comparação a 2022: apesar disso, juntos, ambos os setores responderam por 77,6% da criação de vagas na economia paulista em 2023 (Alfredo Risk)

O ritmo de crescimento do mercado de trabalho no comércio paulista desacelerou ao longo de 2023, aponta a Pesquisa do Emprego no Estado de São Paulo (PESP) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

O total de empregos gerados sofreu uma queda de 35%, no acumulado de janeiro a dezembro, passando de 101,6 mil, em 2022, para 66,4 mil, no ano passado. Embora tenha criado mais de 236 mil postos de trabalho com carteira assinada no ano passado, o setor de serviços apontou redução de 26,7% no saldo positivo de vagas no mesmo período.

A pesquisa, baseada nos dados do novo Cadastro Geral de Empregos e Desempregos (Caged), do Ministério do Trabalho, destaca que, apesar da desaceleração, juntos, os dois setores responderam por 77,6% na geração de vagas na economia paulista em 2023.

Na visão da FecomercioSP, como a geração de emprego está condicionada às condições financeiras e de confiança dos empresários, o ritmo do indicador acompanhou as tendências de um ano de avanço nas dificuldades conjunturais, como juros elevado e altos índices de endividamento e inadimplência de pessoas físicas e jurídicas.

Esses fatores – e até mesmo o direcionamento de renda a alguns segmentos dos Serviços – causaram um impacto maior ao comércio. Apesar da desaceleração, a entidade considera que o saldo de 66,4 mil empregos no comércio em 2023 foi significativo. Houve aumento de postos de trabalho nas três divisões do setor: comércio e reparação de veículos, atacado e varejo.

Os segmentos que mais contribuíram para esses resultados em cada divisão foram, respectivamente: comércio a varejo de peças e acessórios novos para veículos automotores (3.387 vagas); comércio atacadista de produtos alimentícios em geral (3.570 vagas); e minimercados, mercearias e armazéns (5.861 vagas).

Já o setor de Serviços, mesmo com a redução do ritmo de crescimento do  mercado de trabalho no ano passado, gerou  236,7 mil postos com carteira assinada no Estado de São Paulo. A FecomercioSP atribui esse fato aos efeitos positivos derradeiros da retomada do setor pós-pandemia e pelo maior direcionamento de renda familiar para alguns de seus segmentos.

Tanto que a diminuição do saldo positivo de vagas do setor foi menor do que a vista no setor comercial. No acumulado de janeiro a dezembro, o total de empregos gerados teve uma queda de 26,7%, passando de 322,8 mil, em 2022, para 236,7 mil, no ano passado.

No último mês de 2023, o comércio paulista perdeu 6,5 mil postos de trabalho com carteira assinada. Ao todo, foram 115,2 mil admissões e 121,7 mil desligamentos para um estoque de cerca de 2,82 milhões de vínculos empregatícios ativos.

A redução na criação de empregos no setor em dezembro ocorreu, principalmente, pela retração de 4,6 mil vagas na divisão do comércio varejista, em especial no segmento de lojas de departamentos e magazines (-1,4 mil vagas).

Os serviços também registraram perda de empregos celetistas em dezembro de 2023, apontando 91,2 mil vínculos a menos, resultado puxado pelos serviços do grupo de educação (-28,1 mil vagas), em decorrência do fim do ano letivo, e pelos serviços administrativos (-23,2 mil vagas).

Perspectivas – Para 2024, a expectativa da FecomercioSP é que os setores de Comércio e Serviços continuem gerando empregos celetistas no Estado. No entanto, o ritmo de crescimento do mercado de trabalho deve continuar em desaceleração, com previsão de números abaixo do que os registrados em 2021, 2022 e 2023, em razão das projeções mais tímidas referentes à economia brasileira.

A tendência é que o comércio inicie com mais dificuldades e tenha avanços mais relevantes no segundo semestre de 2024, encerrando o ano com cerca de 40 mil empregos gerados. Já o setor de serviços deverá rondar um saldo total em torno de 160 mil novos vínculos para este ano.

 

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