A Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia divulgou os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) nesta sexta-feira, 24 de janeiro. De acordo com a pasta, Ribeirão Preto fechou o ano passado com superávit de 3.260 vagas – fruto de 99.483 admissões e 96.223 demissões –, 53,1% abaixo do saldo de 2018, de 6.958 novos empregos formais (96.236 contratações e 89.278 rescisões), com 3.698 carteiras assinadas a menos em 2019.
A cidade ainda registrou déficit de 1.653 empregos formais em dezembro de 2019, quando os principais setores da economia ribeirão-pretana abriram 6.212 postos de trabalho e fecharam 7.685. Foi o pior resultado em quatro anos, desde 2016, em plena crise pós-Dilma Rousseff (PT) e já no governo Michel Temer (MDB), quando Ribeirão Preto encerrou com saldo negativo de 2.046 demissões.
Em comparação com dezembro de 2018, quando a cidade registrou déficit de 566 empregos formais extintos (6.956 trabalhadores admitidos e 7.522 dispensados), as demissões cresceram 192%, com 1.087 rescisões a mais no mês passado. O resultado só não foi pior por causa do comércio, já que os setores de serviços, indústria e construção decepcionaram (leia nesta página). Na última década, dezembro de 2015 foi ainda mais decepcionante, com o encerramento de 2.520 postos (5.655 pessoas admitidas e 8.175 dispensadas)
Segundo o Caged, o superávit da cidade em 2019, de 3.260 novas vagas formais de emprego, ficou 3,5 vezes acima do total de 2017, de 915 empregos com carteira assinada (86.647 contratações e 85.732 dispensas), alta de 256,3% e mais 2.945 pessoas contratadas. Já o de 2018, de 6.958 contratações, superou em sete vezes o superávit do ano anterior, alta de 660% e aporte de 6.043 admissões. Foi o melhor resultado do interior e o segundo do estado, atrás apenas do da capital (58.357).
Porém, em 2018 a soma dos resultados de janeiro (1.299), fevereiro (524), março (206), abril (589), maio (233), junho (-662), julho (635), agosto (1.813), setembro (534), outubro (757), novembro (1.342) e dezembro (-566) indica 6.704 empregos com carteira assinada. A diferença é de 258 postos, 3,7% inferior. Isso acontece por causa de ajustes feitos no decorrer do ano. O mesmo problema ocorreu no ano passado.
Como Ribeirão Preto registrou superávit de 424 empregos em janeiro, 1.229 em fevereiro, mais o déficit de 370 vagas de março, o resultado positivo de 1.053 postos de abril, mais 18 de maio, “rombo” de 285 em junho, 69 em julho, 494 em agosto, 779 em setembro, 518 em outubro, 544 em novembro e déficit de 1.653 em dezembro, o saldo de 2019 deveria ser de 2.820 carteiras assinadas, ou 13,5% abaixo do anunciado nesta sexta-feira (24) pelo Ministério da Economia, de 3.260 postos, 440 a menos.
Ribeirão Preto fechou o ano passado com o quarto superávit mais expressivo do estado, segundo o Caged do Ministério da Economia. Está atrás da capital (80.831), Barueri (7.546) e Suzano (4.917). O resultado mais expressivo da última década na cidade foi registrado em 2010, quando fechou o período com saldo de 14.352 empregos formais, fruto de 109.136 admissões e 94.784 demissões. Já o pior desempenho foi constatado em 2015, no auge da crise econômica, com déficit de 6.323 postos de trabalho – 98.572 contratações e 104.895 rescisões.
Salário
Em todo o Brasil, segundo o Caged, houve aumento real nos vencimentos dos trabalhadores. No ano, o salário médio de admissão nacional foi de R$ 1.626,06 e o de desligamento foi de R$ 1.791,97. Em termos reais – mediante deflacionamento pelo Índice nacional de Preços ao Consumidor (INPC) –, registrou-se crescimento de 0,63% para o salário médio de admissão e de 0,7% para o de desligamento, na comparação com novembro do ano passado.
Apenas o comércio teve superávit em dezembro
O Ministério da Economia também disponibilizou as informações sobre as principais atividades empregadoras. Segundo os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta sexta-feira, 24 de janeiro, o comércio evitou um resultado pior em dezembro. Serviços, indústria e construção civil encerraram o mês no “vermelho”.
O comércio terminou dezembro com superávit de 267 vagas, fruto de 2.304 admissões e 2.037 demissões. Em doze meses são 28.955 contratações e 27.324 rescisões, saldo de 1.631 carteiras assinadas. O setor de serviços, uma das forças da economia local, decepcionou e fechou o mês passado com déficit de 1.241 empregos formais, com 3.161 admissões e 4.402 demissões. Entre 1º de janeiro e 31 de dezembro foram 55.094 contratações e 52.383 rescisões, saldo de 2.711 carteiras assinadas.
A indústria contratou 400 pessoas e dispensou 705 em dezembro, saldo negativo de 305 vagas fechadas. No passado todo foram 7.276 contratações e 7.654 rescisões, déficit de 378 postos. A construção civil admitiu 315 operários e demitiu 667, fechando dezembro com um “rombo” de 352 empregos. Em 2019 foram 7.474 admissões e 7.958 demissões, saldo negativo de 484 vagas.