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Em defesa de 27 vereadores

Em seu primeiro mandato como vereador, Maurício Vila Abranches (PTB), morador do bairro que leva em seu nome, é conhecido pela comunidade por suas andanças pela periferia da zona leste de Ribeirão Preto. Para isso criou o programa “Gabinete Casa a Casa” em que ele e sua equipe de trabalho realizam visitas, fazem o registro das soli­citações, encaminham aos setores respon­sáveis e cobram respostas. Antes de ser eleito Maurício concorreu em seis eleições consecutivas tornando-se suplente em 2008 e 2012.


Em 2016, foi eleito, com 3.283 votos. Em entrevista ao Tribuna, afirmou ser favorável à permanência dos 27 vereadores na próxima legislatura. Argumentou que um dos princípios da Democracia é a representa­tividade. “Sendo assim, se diminuirmos o nú­mero de vereadores várias regiões da cidade deixarão de ser representadas”, garantiu.

Tribuna – O senhor tem em seu nome político o bairro da Vila Abranches. A que se deve essa incorporação?
Maurício Vila Abranches –
Sou de Igarapava e cheguei a Ribeirão Preto em 1975. Des­de minha chegada moro na Vila Abranches. Ali comecei a me envolver com a comunida­de. A Vila, assim como os bair­ros adjacentes, é minha casa. Aquela sensação aconchegante de estar no seu lar. É assim que eu me sinto. Na Vila casei e vi meus filhos crescerem. Tive apoio para buscar alternativas para resolver os problemas que enfrentávamos diariamente no bairro, pela falta de infraestru­tura. Desta forma acabei me tornando um líder comunitá­rio. Ainda jovem fui eleito pre­sidente da Associação de Mo­radores do bairro e, com isso, os meus amigos começaram a me chamar Maurício da Vila Abranches. Aí, o apelido pe­gou. A partir de então surgiu o desejo de ingressar na política para fazer a diferença na vida das pessoas. Como presidente da Associação de Moradores cobrava ações fundamentais para a região Leste.

Tribuna – Dizem que o se­nhor é um dos vereadores que mais atende pedidos de mu­nícipes. Isso é verdade?
Maurício Vila Abranches –
Ao assumir o cargo, a de­manda se multiplicou e cresceu para toda a cidade. A prefeitu­ra deveria oferecer serviços de maneira igualitária. Devería­mos ter uma cidade limpa, or­ganizada, com atendimento de qualidade. Mas infelizmente os bairros periféricos são esqueci­dos. Por isso, cobro do prefeito e dos seus representantes aten­ção para os bairros esquecidos. Mantenho uma rotina com ati­vidade corpo a corpo.

Tribuna – E como isso é feito?
Maurício Vila Abranches –
Visito os munícipes que me procuram com problemas nos setores como: educação, saúde, limpeza urbana, fornecimento de água, fiscalização de trânsi­to, manutenção da rede de es­goto, manutenção de galerias e do asfalto. Levo as reclamações aos secretários municipais e ao prefeito cobrando solução. No total já registrei mais de 1.600 reivindicações nas secretárias e autarquias, por intermédio de ofícios, requerimentos e in­dicação. Implantei o programa “Gabinete Casa a Casa” em que minha equipe de trabalho também realiza visitas. Meus assessores fazem o registro das solicitações e encaminham aos setores responsáveis.

Tribuna – O senhor preside o Conselho de Ética da Câma­ra. Quais as principais ações do conselho nesta legislatura?
Maurício Vila Abranches –
O Conselho de Ética tem como premissa os princípios da Administração Pública: le­galidade, moralidade, impes­soalidade, publicidade e efici­ência. É neste sentido que os trabalhos são dirigidos sem­pre com muita transparência. Contabilizo cerca de 300 pro­posições, 209 relatorias, par­ticipação em doze Comissões Parlamentares e no Conselho de Ética em que comecei atuar em 2017, como membro.

Tribuna – Como o senhor avalia a atual Câmara no que­sito transparência?
Maurício Vila Abranches –
A Câmara Municipal recebeu nota dez em 2018, no quesito transparência dada pelo Mi­nistério Público Estadual que avaliou os sites de estados e municípios em relação à Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei de Acesso à Informação. A transparência é fundamen­tal para administração pública. Pessoalmente apresentei proje­tos cobrando transparência nas informações relacionadas aos serviços do Daerp, da Tran­serp, das licitações e das dívidas do município.

Tribuna – Quais são seus principais projetos como vereador?
Maurício Vila Abranches –
Junto com minha equipe tra­balho na rua, próximo ao povo e discutimos sistematicamente as necessidades da cidade de acordo com as demandas que são registradas no gabinete. Entre os principais projetos que já viraram Lei, posso citar iniciativas que buscam melho­rias para: trânsito, esporte, saú­de, participação comunitária, transparência e meio ambiente. Logo que assumi, me empe­nhei na elaboração do projeto de resolução que institui no município o Desenvolvimento Sustentável Comunitário e a Conferência Municipal das As­sociações de Bairro.

Tribuna – Esse trabalho tem relação com o fato de sua origem política ter sido como líder comunitário?
Maurício Vila Abranches –
Só quem batalha de maneira vo­luntária em prol da comunidade sabe como é difícil procurar os órgãos públicos e dar com a cara na porta. Uma de minhas pri­meiras ações como legislador foi criar e presidir a Comissão Es­pecial de Estudo do IPTU Ver­de. Meu objetivo era incentivar o reuso da água da chuva, o uso da energia solar e, principalmente, o plantio de árvores. Cada cida­dão precisa compreender a im­portância de ações de proteção ao meio ambiente. Depois de finalizar a Comissão de Estudo do IPTU Verde, formada tam­bém pelos vereadores Alessan­dro Maraca e André Trindade, entregamos o relatório final ao Executivo. Tanto as autorida­des quanto o próprio cidadão precisam ter a consciência que só teremos uma sociedade me­lhor e cidades mais organizadas, quando todos entenderem que a participação do cidadão não ter­mina com o voto.

Tribuna – Como o senhor avalia a atual administração Municipal?
Maurício Vila Abranches –
Os poderes Legislativo, Execu­tivo e Judiciário são indepen­dentes e harmônicos. Entendo que o Poder Legislativo tem a função típica de legislar, ou seja, de traduzir, por meio de leis, o sentimento social. Também tem como função fiscalizar se o Executivo está cumprindo suas funções. Não me cabe avaliar, visto que cada pessoa que faz parte da política deve ter cons­ciência dos seus atos. Ademais, cabe a cada ribeirão-pretano fazer sua própria análise.

Tribuna – Se a eleição fosse hoje por que o eleitor deveria lhe confiar nova­mente o seu voto?
Maurício Vila Abranches –
Quando o cidadão da periferia fala que vê político só em época de eleição, isso é verdade. En­tão como os prefeitos e verea­dores anteriores não andavam nas ruas do meu bairro, eles raramente levavam melhorias para lá. Hoje, como vereador eu posso cobrar, pois ando pelas ruas das periferias, vejo e sinto a necessidade do povo. Nem sempre tenho resultado positivo, mas sempre estou dis­posto para ajudar e procurar soluções para os problemas. Às vezes eu até brigo para ver as coisas acontecerem. Só tenho que agradecer a Deus e a cada eleitor que me deu seu voto de confiança. Acredito estar fa­zendo um bom trabalho.

Tribuna – O senhor é favo­rável à diminuição no núme­ro de parlamentares para 22 na próxima legislatura?
Maurício Vila Abranches –
Defendo a permanência dos 27 vereadores. Precisamos deixar claro que o orçamento da Câmara é o mesmo, inde­pendentemente do número de vereadores. Um dos princípios da Democracia é a representa­tividade. Sendo assim, se dimi­nuirmos o número de verea­dores, várias regiões da cidade deixarão de ser representadas. Na Legislatura anterior os recur­sos devolvidos anualmente pela Câmara para a Prefeitura totali­zavam um pouco mais de R$ 5 milhões. Já na atual, com 27 ve­readores, foram devolvidos R$ 12 milhões em 2017 e cerca de R$ 20 milhões em 2018. Hoje, temos uma Câmara que custa menos e com nota dez no que­sito transparência pelo Ministé­rio Público. Acredito que o que deve ser cobrado é a eficiência no uso do dinheiro público. Um Estado de Direito Democrático se faz com representatividade, por isso defendo 27 vereadores.

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