Aos 25 anos de idade, Alan Gomes tem um cartel vitorioso no MMA (iniciais em inglês para artes marciais mistas). São doze vitórias, duas derrotas e um empate. Competindo por uma das melhores equipes nacionais, a Team Nogueira, Alan conta que ralou e teve que apostar na carreira. Morando em Ribeirão Preto, hoje está numa das maiores competições europeias, mas tem sonhos e planos para o futuro, entre eles cinturão e UFC.
Alan Gomes conheceu o jiu-jitsu aos 15 anos em um projeto social, o Luta Pela Vida, em sua terra natal, Fortaleza, no Ceará. Um ano de treinamento e já começou a lutar MMA.
Aos 18 anos já era profissional lutando no Arena Fight. Mas o caminho até a Team Nogueira não foi fácil. Aos 20 anos resolveu apostar no próprio talento e lutar no Rio de Janeiro, o Bitetti Combat, um evento televisionado pelo Canal Combate (Globosat).
“Fiz rifa, pedi apoio e fui”. Alan era o azarão. “Se tivesse bolsa de apostas as chances do meu adversário seriam de 99%. Ele treinava nos Estados Unidos e lutava pela America Top Team (outra renomada equipe no MMA)”. Mas a aposta deu resultado positivo. O jovem cearense venceu por decisão. Em seguida veio o convite para treinar com os irmãos Nogueira (Minotauro e Minotoro), lendas do esporte de combate.
Treinando no Rio, na Team Nogueira, Alan diz que evoluiu. “A estrutura e a intensidade do treino me ajudaram muito. O nível técnico também”. Hoje, Alan tem contrato com a ACA – Absolute Championship Akhmat, organização russa, considerada uma das maiores no mundo das lutas na Europa.
Na competição europeia enfrentou um armênio e dois russos. Está na categoria até 57 quilos. Em março deverá lutar novamente.
O treinamento acontecerá em Ribeirão Preto, na Team Nogueira. “Vou fazer meu camp aqui. Deve vir dois atletas para me ajudar nesse treinamento”, revela. Com 75 quilos, terá que treinar forte para chegar à melhor forma física em março. “Faz parte, nas últimas semanas os trabalhos de perda de peso são mais intensos, mas faz parte da profissão”.
Sobre o futuro, Alan não esconde que quer chegar ao UFC e conquistar o cinturão. “Bateu na trave as duas vezes que tive perto de assinar com o UFC. Foram as lutas que perdi, mas isso não me desanimou e continuo trabalhando forte”.

Alan recebe orientações de Rick Monstro
Rick Monstro é nome conhecido no MMA mundial. Lutou no UFC e participou do TUF, reality da organização, por três vezes, duas como lutador e uma como técnico. Esteve afastado das lutas por um período e se dedicou à carreira de administrador da Team Nogueira. É sócio dos irmãos Rodrigo Minotauro e Rogério Minotouro na franquia. Também morando em Ribeirão Preto, Rick é um dos mentores de Alan Gomes.
O lutador rasga elogios à jovem promessa. “Você vê a idade dele e o cartel. Tem muito pela frente, sem dúvida pode chegar muito longe”.
Quem vê o lutador de 1m87 e 108 quilos em ação não imagina que ele quase foi um executivo de multinacional. Formado em engenharia e com MBA, Rick, natural de Campinas, trabalhou dos 15 aos 28 anos na Bosch.
“Mas as artes marciais e a luta sempre me ajudaram como filosofia de vida. A ter disciplina, calma nas tomadas de decisões, a ter resiliência”, diz. “Esse é o espírito que passamos para nossos atletas e alunos. A arte marcial, além dos aspectos físicos e de saúde, contribui muito no crescimento como pessoa. Temos como objetivo transformar vidas”, completa.
Morando em Ribeirão Preto e administrando a franquia e carreira de lutadores, Rick diz que pode voltar a lutar em breve. “Apesar de ter ficado parado um bom tempo, sou quarto do ranking no meio pesado nacional. Quem sabe não tem uma luta em março”.