Adriana Dorazi – especial para o Tribuna
A internet está cada dia mais rápida, seja pela fibra óptica nas casas e escritórios, via satélite ou direto nos aparelhos móveis. O que o usuário comum não sabe é toda a tecnologia envolvida nessa transmissão de dados, muito menos o que o futuro reserva. Mas as notícias são ótimas.
Para o vice-presidente do Grupo Datora/Arqia e especialista em computação, Daniel Fuchs, um pioneiro neste assunto desde o 2G, em no máximo 10 anos será possível comprar perfumes pela internet sentindo a fragrância para poder escolher. “Já existem testes sendo realizados neste sentido atualmente, mas os resultados ainda não são muito precisos. Ainda assim são promissores e logo – acredito que de cinco a dez anos, será algo concreto”, antecipa.
Daniel é responsável pela área de inovação da empresa que ajudou a fundar. Também cuida de embasar o desenvolvimento de novos produtos e serviços baseados nas mais avançadas tendências tecnológicas. Ele fala que a tecnologia 5G, que começou a ser implantada recentemente no Brasil, terá um grande impacto na vida das pessoas, mas talvez, ainda demore um pouco para todos sentirem.
“O 5G é baseado em três pilares: o primeiro é aumento da velocidade, o segundo são mais usuários conectados na mesma antena e o terceiro a menor latência, ou seja, o tempo de resposta do pacote de dados entre ir para a rede e voltar. Já estão trabalhando até no 6G nos países mais desenvolvidos, mas atingir todo esse patamar de qualidade depende da rede física e aparelhos compatíveis”, explica.
Rotina Tecnológica
Ainda em 1996, Fuchs foi pioneiro na implementação e uso da tecnologia de transmissão de Voz por redes IP (VoIP) e em 2011, participou da implantação das duas primeiras MVNOs (Operadora Móvel com Rede Virtual) do Brasil. Nos últimos anos tem se dedicado tanto aos desafios de tecnologia da informação, quanto a área de Internet das Coisas (IoT).
Detalha que o 5G é fundamental para alguns serviços de automação, mas com uma boa qualidade de internet já é possível fazer muita diferença. “O usuário normalmente só se preocupa com velocidade, mas para uso profissional essas novas tecnologias apresentam muitas funcionalidades que levam ao aumento de produção em todos os setores, inclusive no agronegócio”, ressalta.
Quando mais usuários tiverem aparelhos com a tecnologia, aqueles colapsos que acontecem em campos de futebol, shows ou avenidas movimentadas, não deverão mais ocorrer. “No terceiro trimestre deste ano já teremos resultados mais palpáveis. Lembrando que ter mais 5G significa ter mais banda livre no 4G, o que melhora também para esses usuários”, frisa.
O sinal do 5G é menos prejudicial à saúde, custa mais barato em relação à fibra óptica no que os especialistas chamam de “último metro” (dentro de casas, apartamentos, escritórios) e permitirá aos empresários, por exemplo, ampliar o uso de drones para as mais diversas finalidades, smart watches na medicina ou outras ferramentas tecnológicas que barateiem custos e ampliem o acesso de mais pessoas.
A Arqia/Datora estará presente na Agrishow para oferecer soluções voltadas especialmente para o agronegócio. Segundo Daniel, uma das áreas mais carentes, muito em função da falta de antenas e redes adequadas, o que o governo federal tem tentado resolver leiloando o trabalho para a iniciativa privada. No campo é a chamada internet das coisas que, por exemplo, permite que tratores façam a colheita sem motorista ou nas fábricas robôs trabalhem sem intervenção humana direta.
“Mas eu sempre falo, temos que escolher a solução que realmente impacta no bolso, depois evoluímos para o mais avançado. O 5G já está presente em alguns países há mais tempo e a vantagem de receber depois é aprender com as falhas que já ocorreram em outros lugares. Não há rede à prova de falhas, o uso deve ser seguro partindo primeiro do comportamento do usuário, seja qual tecnologia for”, conclui.