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Eleições 2014 – MP denuncia Skaf e irmão de Baleia

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e a Procurado­ria Regional Eleitoral (PRE) denunciaram, na segunda-fei­ra, 27 de abril, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, o empresário Mar­celo Odebrecht e o publicitário Duda Mendonça pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e de caixa dois em valor superior a R$ 5 milhões.

O empresário concorreu ao governo paulista nas eleições de 2014, e teve como marque­teiro Duda Mendonça. Outras seis pessoas são acusadas de te­rem contribuído para a concre­tização dos delitos, entre eles Paulo Luciano Rossi, irmão do deputado federal e presidente nacional do MDB, o ribeirão­-pretano Baleia Rossi.

Na inicial da ação penal, os promotores afirmam que inqué­rito da Polícia Federal de Brasília e de São Paulo demonstrou que, entre 21 de agosto e 30 de outu­bro de 2014, houve diversos pa­gamentos realizados em hotéis de São Paulo a representantes de “Kibe” e “Tabule”, codinomes, que, segundo o Ministério Pú­blico, eram utilizados pelo Se­tor de Operações Estruturadas da Odebrecht para identificar Skaf como um dos beneficiá­rios dos financiamentos irre­gulares de campanha.

Segundo o Ministério Pú­blico, no total a campanha de Skaf teria sido irrigada com mais de R$ 5 milhões. Esse di­nheiro teria bancado a atuação de Duda Mendonça, sem ser declarado na prestação de con­tas do então candidato do an­tigo PMDB, o que fere o artigo 350 do Código Eleitoral.

A denúncia apresentada pelos promotores está inseri­da no contexto de oito ações penais ajuizadas perante a 13ª Vara da Justiça Federal, em Curitiba, contra agentes públi­cos e privados, especialmente executivos e ex-executivos da Odebrecht, pela prática de or­ganização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passi­va e ativa, dentre outros.

Todas essas ações tiveram origem nos 77 acordos de co­laboração premiada firmados por executivos e funcionários da empresa com a Procurado­ria-Geral da República e homo­logados pelo Supremo Tribunal Federal. A defesa de Paulo Skaf afirma que “trata-se de acusação completamente infundada, cuja investigação sempre este­ve em segredo de justiça.”

A defesa informa também que todas as doações recebidas pela campanha de Skaf ao gover­no de São Paulo em 2014 estão devidamente registradas na Jus­tiça Eleitoral, que aprovou sua prestação de contas sem qual­quer reparo de mérito. Afirma ainda, que ele nunca pediu e nem autorizou ninguém a pe­dir qualquer contribuição de campanha que não as regular­mente declaradas. E que tem absoluta confiança no Poder Judiciário, o qual restabelecerá a verdade neste caso.

A defesa de Paulo Luciano diz que ele não foi ouvido pelo Ministério Público, mas faz questão de esclarecer os fatos à Justiça Eleitoral. Em 2018, quando o caso foi divulgado, o empresário havia afirmado que não foi citado na delação premiada utilizada na denún­cia e que poderia comprovar que impostos foram recolhi­dos na forma da lei.

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