A pouco mais de dois meses da eleição para a Mesa Diretora da Câmara de Ribeirão Preto, o clima esquentou nos bastidores do Palácio Antônio Machado Sant’Anna, com todos os partidos fazendo as contas em busca do número mágico – como são 27 vereadores, o candidato que conseguir o apoio de 13 colegas (mais o próprio voto) será eleito presidente e vai comandar a Casa de Leis em 2018 – segundo a Lei Orçamentária Anual (LOA), o Legislativo terá R$ 69,48 milhões no ano que vem.
Em 1º de janeiro, os vereadores saíram da cerimônia de posse da nova legislatura (2017-2020), no Theatro Pedro II, e foram direto para a sede do Legislativo, onde ocorreu uma acirrada disputa, com o grupo de oposição ao prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) ocupando os cinco cargos da Mesa Diretora – presidência, duas vice-presidências e duas secretarias.
Rodrigo Simões (PDT) foi eleito presidente com 14 votos, contra 13 votos dados à sua adversária, Gláucia Berenice (PSDB). A eleição deste ano ocorreu em janeiro por causa da mudança de legislatura. Agora, porém, será na última sessão antes do recesso de final de ano – provavelmente em 14 de dezembro, uma quinta-feira. Pelo Regimento Interno (RI), os atuais ocupantes de cargos na Mesa Diretora têm direito a uma reeleição – ou seja, o atual presidente, Rodrigo Simões, não descarta apresentar seu nome para mais um mandato.
“Se sentir que tenho o apoio de meus colegas, coloco meu nome à disposição”, diz Simões. Seu colega Marco Antonio Di Bonifácio (Rede), o “Boni”, atual vice-presidente, é outro possível candidato, segundo apurou o Tribuna. “De imediato, não tenho essa pretensão, mas não descarto a possibilidade”, diz “Boni”. Segundo ele, o ideal seria um nome de consenso, que tivesse o apoio de todos os 27 vereadores.
“Na minha opinião, vereador que for sair candidato a deputado não deveria se candidatar à Mesa para que a gente não tenha, no segundo semestre, pedidos de licença e a necessidade de eleger substitutos”, argumenta. Outro nome ventilado nos bastidores é o de Marinho Sampaio (PMDB). O peemedebista diz que ainda não resolveu se será candidato na eleição de dezembro, mas não descarta disputar a presidência do Legislativo até o final de seu mandato, em 2020.
Em conversas reservadas com vereadores, o Tribuna apurou que existe, no momento, um grupo de 14 parlamentares que, se for mantido, vai decidir a eleição. A reportagem apurou que dois parlamentares do “Grupo dos 14” original se bandearam para o lado da situação, mas foram “substituídos” por outros dois, entre os quais o novato Ariovaldo de Souza, o “Dadinho” (PTB), que ocupa temporariamente a vaga do afastado Waldyr Villela (PSD).
O cenário na Câmara é bastante volátil, mas segundo fontes ouvidas pelo Tribuna, no Legislativo hoje o “Grupo dos 14” seria formado por seis vereadores do PDT (Simões, Lincoln Fernandes, Nelson das Placas, Orlando Pesoti, Jean Corauci e Luciano Mega), dois do PR (Isaac Antunes e Adauto Marmita), dois do PMDB (Igor Oliveira e Marinho Sampaio), dois do PTB (Maurício de Vila Abranches e “Dadinho”), um do PRB (Otoniel Lima) e um do PT (Jorge Parada), totalizando o número mágico dos 14 votos necessários para eleger os componentes da Mesa Diretora.
Do outro lado, vão tentar as vagas de presidente, primeiro vice-presidente, segundo vice-presidente, primeiro secretário e segundo secretário os três vereadores do PSDB (Gláucia Berenice, Bertinho Scandiuzzi e Maurício Gasparini) os três do PP (João Batista, Elizeu Rocha e Renato Zucoloto), os dois do DEM (Fabiano Guimarães e André Trindade), um do PMDB (Alessandro Maraca), dois Rede (“Boni” e Marcos Papa), um do Pros (Paulo Modas) e um dos PPS (Paulinho Pereira).