A Secretaria Estadual do Meio Ambiente de São Paulo, por meio do Departamento de Fauna (Defau), emitiu parecer final em que aconselha o Bosque e Zoológico Municipal Doutor Fábio de Sá Barreto, em Ribeirão Prerto, a evitar a doação da elefanta Bambi para o Santuário dos Elefantes da Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso. Se depender do Estado, o animal continuará no zoo ribeirão-pretano. O pedido de autorização para a transferência havia sido feito pelo Zoológico de Ribeirão Preto e pelo Santuário dos Elefantes. O parecer foi baseado no relatório de vistoria técnica feita no zoo e “levou em consideração as condições de saúde da elefanta Bambi, o tratamento recebido, a presença constante de biólogo e veterinário no empreendimento e maior disponibilidade de profissionais para atendimento em caso de necessidade”, diz o texto. Na prática, o relatório considerou o fato de Bambi ser cega do olho esquerdo, ter problemas de saúde e não agüentar a viagem longa, cansativa e estressante – a distância entre Ribeirão Preto e a Chapada dos Guimarães é de 1.250 quilômetros, cerca de 16 horas no mínimo. O Santuário dos Elefantes, entretanto, pretende continuar as tratativas para a doação da elefanta Maison, que está em Ribeirão Preto desde outubro de 2011. Ela e Bambi não se entendem. As duas têm problemas de convivência, apesar de ambas dividirem o mesmo recinto no zoo ribeirão-pretano. Quando uma aliá é colocada no recinto externo para tomar sol, a outra precisa obrigatoriamente ficar presa em outra ala do Bosque Fábio Barreto. Outros dois motivos foram apontados para a transferência de uma das elefantas. O primeiro diz respeito à disposição da prefeitura de Ribeirão Preto em doar o animal. O segundo, pelo fato de o Santuário dos Elefantes estar adequado às exigências técnicas e à legislação que regulamenta a preservação dos animais em cativeiro. A elefanta Bambi chegou ao Bosque Fábio Barreto em 23 de julho de 2014. Indiana, ela veio do zoológico municipal da cidade de Leme (SP) por determinação da Secretaria de Estado do Meio Ambiente de São Paulo. Na época, a pasta considerou o local e o espaço em que ela vivia inadequados. Antes, Bambi pertencia ao Circo Stankowich. Com quatro toneladas e três metros de altura, ela tem 40 anos. A elefanta Maison vaio para Ribeirão Preto em 17 de outubro de 2011, doada ao município pelo proprietário do Circo Biriba, Carlos Antônio Spíndola, o popular “Biriba”. A aliá veio do Uruguai, onde trabalhou debaixo da lona até o governo, a exemplo de outros países como o Brasil, proibir a apresentação de animais em espetáculos circenses. Na época, a doação de Maison ganhou a mídia porque, após a negociação, descobriu-se que o Zoológico Municipal de Ribeirão Preto não possuía a estrutura exigida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pelo Centro de Fauna Silvestre para abrigar o animal. Passou um ano e cinco meses em um recinto improvisado. Em março de 2013, ganhou um espaço adequado a legislação ambiental. O recinto possui 1,5 mil metros quadrados e tanque de 100 m² e custou ao município R$ 644 mil. Parte do recurso foi obtido por meio do Programa Integrado de Educação Ambiental (Piea), do governo federal. Na época, o primeiro projeto de adequação foi orçado em R$ 1,3 milhão. Por fim, com metade do valor inicial, o recinto foi entregue com atraso. A elefanta Maison, asiática, tem 44 anos , pesa quatro toneladas, bebe cerca de 100 litros de água por dia e gosta de frutas, principalmente maçãs.