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Eike Batista é preso de novo na Lava Jato

FERNANDO FRAZÃO/AG.BR.

Ao pedir a prisão tem­porária de Eike Batista, no âmbito da Operação Segredo de Midas, braço da Lava Jato, deflagrada nesta quinta-feira, 8 de agosto, a Procuradoria da República no Rio de Janei­ro afirmou que o empresário teve atuação “bastante grave, sendo ele inegavelmente o líder e principal beneficiário das operações ilícitas contra o mercado de capitais”.

“Difícil calcular neste pri­meiro momento o lucro ou vantagem indevida auferido por Eike Batista, bem como o dano a terceiros nestas manobras fraudulentas que perpetrou. Entretanto, pode­-se adiantar que certamente passa da casa das centenas de milhões de dólares, somadas todas as negociações”, afirma o Ministério Público Federal.

A Procuradoria ponde­ra, no entanto, que, “embora haja indícios de outros cri­mes mais atuais, só há pro­vas contra ele dos crimes de manipulação de mercado de capitais e crimes de uso inde­vido de informação privile­giada, cuja permanência ces­sou ao menos em 2016, mas sendo principais operações realizadas até 2013”.

“Assim, sua situação é dis­tinta de seu partícipe, Luiz Arthur Andrade Correia, que praticou atos bem mais recentes de lavagem de di­nheiro, justificando a prisão preventiva”, diz o Ministério Público Federal. Eike e Luiz Arthur Andrade Corrêa, res­ponsável financeiro pelo gru­po do “ex-bilionário”, são in­vestigados por “manipulação de mercado e uso indevido de informação privilegiada”. Luiz Arthur, o “Zartha”, tam­bém é alvo de mandado de prisão.

Segundo o Ministério Pú­blico Federal, do valor blo­queado, R$ 800 milhões cor­respondem a danos morais e R$ 800 milhões a danos ma­teriais. Ao determinar as bus­cas, Bretas considerou a indi­cação do Ministério Público Federal de que o empresário “transferiu parte relevante de seu patrimônio a seus filhos, muito provavelmente com a finalidade de se furtar ao cumprimento das obrigações junto aos seus credores”.

As medidas cautelares de prisão e busca e apreensão fo­ram autorizadas pelo juiz fe­deral da 7ª Vara Criminal do Rio, Marcelo Bretas. Ele tam­bém determinou o bloqueio de R$ 1,6 bilhão em nome de Eike e de seus dois filhos. A ordem de Bretas registra ain­da que, “diante de aparente sucessão e/ou confusão patri­monial” o Ministério Público Federal pediu que o bloqueio de bens e valores atingisse o patrimônio de Olin e Thor, “tendo em vista que tal pa­trimônio se constituiu subs­tancialmente por doações e transferências de valores e ativos de seu pai, durante e logo após da prática dos cri­mes ora investigados”.

A decisão de Bretas leva em consideração depoimento de Eduardo Plass, que firmou acordo de delação premiada e irá pagar R$ 300 milhões em multa e devolver US$ 9,2 mi­lhões de Eike que estão sob sua custódia no exterior. O banqueiro foi alvo da opera­ção “Hashtag” em agosto de 2018. As investigações reve­laram que as mesmas contas utilizadas para o pagamento de propina ex-governador Sérgio Cabral (MDB) “foram usadas para manipular ações de empresas envolvidas em negociações com Eike Batis­ta”, indicou a Procuradoria.

Em nota, o advogado Fernando Martins, que de­fende Eike, informa que “as­sim que obtiver acesso aos autos e motivos que funda­mentaram a prisão de Eike Batista apresentará recur­so, porque certamente essa nova ordem de prisão, assim como a anterior, carece de amparo legal.”

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