Joaquim Maria Guimarães Botelho *
Menalton Braff, escritor que admiro profundamente, e a quem convidei para assumir a recém-criada Diretoria de Integração Nacional, quando tomei posse na presidência da UBE – União Brasileira de Escritores (em março de 2010), telefonou-me um dia, avisando que tinha entrado em tratativas para que realizássemos em Ribeirão Preto o Congresso Brasileiro de Escritores.
Era um sonho nosso, visto que o último congresso havia sido realizado em São Paulo, em 1985. Ou seja, quase 30 anos antes.
Naturalmente abracei a ideia, e dias depois segui para Ribeirão Preto, ainda sem saber como e em que condições poderíamos imaginar a realização do congresso. A estrada não me foi de todo favorável e cheguei à Prefeitura em cima da hora da audiência com a prefeita Dárcy Vera.
Menalton me esperava ao pé da escada e já subimos para a sala de espera do gabinete. Fui apresentado a um funcionário educado e cordial, muito prático em todos os assuntos, que se apresentou como Edwaldo Arantes, presidente da Fundação Instituto do Livro de Ribeirão Preto. Quase não pudemos conversar, porque em seguida fomos chamados para a audiência.
Um encontro breve e objetivo, sintetizado num convite da prefeita: “Ribeirão Preto quer sediar o Congresso Brasileiro de Escritores da UBE. O senhor aceita?”. Naturalmente aceitei e tive o prazer de ver indicado como representante da prefeitura na organização do evento, o cavalheiro que eu acabava de conhecer.
Terminada a audiência, saímos, Menalton, Edwaldo e eu, a caminhar pelos pontos centrais da cidade, trocando impressões e firmando as condições de parceria. Já ali eu ficava amigo de Edwaldo Arantes, sujeito expedito, experiente, conhecedor dos labirintos do governo e querido de todos.
Foi um facilitador para todos os contatos que se fizeram necessários para que o evento se realizasse. Foi quem me apresentou Reginaldo Arthus, intelectual de primeira grandeza, educador como poucos e eficiente vice-reitor do Uniseb, que foi o principal responsável pelo sucesso do Congresso Brasileiro de Escritores de 2011.
Fui conhecendo, ao longo do congresso e nas visitas que fiz à cidade, posteriormente, o trabalho de Edwaldo na promoção da leitura, no incentivo aos autores locais, inclusive facilitando edições de livros, na realização de eventos culturais, principalmente voltados para a literatura, e na sua destreza e eficiência no estabelecimento de parcerias culturais com variados segmentos da sociedade ribeirão-pretana.
Voltei muitas vezes a Ribeirão Preto, para dar palestras e participar de mesas literárias nas edições da Feira Internacional do Livro e outros eventos ligados à leitura e à literatura.
Em todas as vezes, contei com o apoio e a amizade de Menalton e Edwaldo. Lamento, apenas, hoje, que a contribuição de Edwaldo Arantes para a cultura da cidade não esteja sendo considerada necessária. Injustiça enorme a esse cavaleiro da cultura.
“Este artigo é em homenagem aos 12 anos da realização do Congresso Brasileiro de Escritores da UBE, em novembro de 2011, em Ribeirão Preto”.
* Escritor, professor e jornalista