O governador João Doria (PSDB) anunciou nesta sexta-feira, 26 de abril, que as 5.090 escolas da rede estadual terão quatro períodos de férias escolares, com redução do recesso no mês de julho. Em vez de um mês de férias no meio do ano, professores e alunos terão, a partir de 2020, apenas 15 dias de descanso no período.
Os outros 15 dias serão distribuídos da seguinte forma: uma semana em abril e outra em outubro. O governo não detalhou em quais semanas desses meses ocorrerão os recessos. Segundo o secretário da Educação de São Paulo, Rossieli Soares, a mudança tem como objetivo a melhoria do processo de aprendizagem. “Estudos mostram que períodos muito longos fora da escola atrapalham a aprendizagem, porque a criança demora a voltar no ritmo”, afirmou.
O secretário disse esperar que a mudança seja adotada também pelos 645 municípios do Estado, já que a integração dos calendários é importante para a administração direta, transporte e merenda, que muitas vezes são feitos em parceria nas redes estaduais e municipais. Para ele, a integração também ajuda professores que atuam em redes diferentes e pais que têm filhos em diferentes escolas.
Em Ribeirão Preto, neste ano, 46.921 estudantes – 22.696 do ensino infantil e 24.225 do fundamental – foram matriculados. Dentre as 109 escolas da rede municipal de ensino, 76 são de educação infantil e 33 de ensino fundamental.
Na Diretoria Regional de Ensino (DRE) existem 110 escolas do Estado e 64,2 mil alunos matriculados.
Em Ribeirão Preto são 74 unidades e 44,9 mil estudantes. A DRE é composta por 14 municípios: Altinópolis, Batatais, Brodowski, Cajuru, Cássia dos Coqueiros, Cravinhos, Luis Antônio, Ribeirão Preto, Santa Cruz da Esperança, Santa Rosa de Viterbo, Santo Antônio da Alegria, São Simão, Serra Azul e Serrana.
O governador apresentou uma justificativa econômica para a mudança. Segundo Doria, os períodos extras de férias podem estimular o turismo. Um estudo feito pela secretaria de Turismo teria apontado um impacto econômico de R$ 5 bilhões para os municípios nos próximos três anos com a mudança. Eles estimam que 12 milhões de pessoas, entre alunos, professores e seus familiares, possam viajar nesses períodos de férias.
O evento de ontem contou com a participação do secretário de Turismo, Vinicius Lummertz, e do vice-presidente regional da União dos Dirigentes Municipais de Educação do Estado de São Paulo (Undime), Celso Fernando Iversen. A novidade será a introdução de recessos de uma semana ao final do primeiro bimestre, no mês de abril, e do terceiro bimestre, em outubro. Assim, alunos e professores terão pausas ao término de todos os bimestres – ao final do segundo e do quarto bimestres, as férias estão mantidas.
“Estamos apresentando o novo calendário com oito meses de antecedência, logo, com tempo suficiente para os entendimentos necessários até o início do ano letivo de 2020”, afirmou o governador. O próximo ano letivo começa no dia 3 de fevereiro, com encerramento previsto para 22 de dezembro. O objetivo é organizar o calendário e o planejamento das atividades pedagógicas, além de garantir que docentes que atuam nas redes estadual e municipais consigam conciliar os períodos de recesso escolar e férias.
Diferentemente de anos anteriores, a Secretaria e a Undime optaram pelo início do ano letivo em uma segunda-feira. O objetivo é facilitar a organização de famílias e equipes escolares para o retorno às aulas. Com as interrupções estratégicas no calendário, alunos e professores ganham novo fôlego para manter o ritmo dos estudos sem comprometer o cumprimento dos 200 dias letivos previstos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).