Sempre soubemos que a saúde e a educação são pilares para o desenvolvimento sustentável de um país. Mas talvez tenhamos nos esquecido de que uma turbulência nessas duas áreas pode custar muito mais do que poderíamos imaginar. Na educação, o processo de recuperação pode levar gerações; na saúde, o risco recai sobre a perda de vidas, em curtíssimo prazo, e um desequilíbrio em cadeia na economia global, como o que estamos vivendo.
Alguém já calculou quanto custará ao mundo a pandemia que ainda afeta o planeta? Nunca saberemos, pois, a circulação do vírus impactou ao mesmo tempo a saúde, a educação, o turismo, a pesquisa, a produção industrial, o desenvolvimento de tecnologia, a logística, os transportes. Enfim, alguns setores que conseguiram seguir com bom desempenho não compensam a tragédia global instalada.
Se não sabemos o custo de tudo isso, uma certeza, porém, é a de que a prevenção da saúde custaria muito menos. E prevenção se faz com educação, desde a formação dos profissionais que atuam neste segmento até a gestão. O executivo da saúde é um profissional sobre quem recai enorme responsabilidade e de quem se cobra inúmeras especialidades.
A saúde é daquelas áreas que englobam tudo: a medicina, mas também a administração, a logística, a nutrição e gastronomia, a hotelaria, o turismo, a tecnologia, pesquisa e inovação e várias outras. A pandemia mostrou a importância do profissional de saúde nas páginas da imprensa em todos os países. Mas temos de lembrar daquele profissional que decide, que imprime a filosofia da gestão e que tem a responsabilidade sobre a tomada de decisão. Este é o executivo que também fez muita diferença neste momento que vivemos. A ele devemos, certamente, muitas vidas.
Uma decisão deste gestor de negócios e instituições públicas ou privadas de saúde nunca pode ser desconectada de inúmeras variáveis, daí que, é um profissional que vive cruzando e analisando informações que nem sempre levam a um denominador comum. A complexidade dos dados exige, cada vez mais, que este executivo tenha uma formação sólida, múltipla e contínua.
Um hospital, por exemplo, engloba, além dos serviços que vemos quando precisamos de um atendimento, outros serviços que garantem a qualidade, a excelência e a sustentabilidade que são a hotelaria, farmácia, nutrição, tecnologia, o planejamento financeiro, de investimentos, de suprimentos e logística, os recursos humanos e a lista não para aqui, só para termos ideia de quão complexa é uma decisão por mais simples que seja o problema a ser tratado. A tudo isso, soma-se, ainda, as políticas de saúde brasileiras e as possibilidades de epidemias e pandemias. Alguém imagina quantas epidemias conhecidas e silenciosas temos no Brasil?
Entendemos que a atualização e capacitação permanentes desses executivos é um dos principais pilares para a sustentabilidade das instituições de saúde do país, ao lado de uma agenda de cooperação horizontal, em que o intercâmbio seja a tônica dos relacionamentos; ou seja, onde se ensina, se aprende, a solução é trabalhada em conjunto, a cooperação torna-se uma filosofia tanto para a área privada quanto para o desenvolvimento de políticas públicas.
Só para dar um exemplo, no Brasil há um modelo sólido de cooperação em saúde, que são os serviços de hemodiálise. O governo entra com os recursos, a política de saúde e a fiscalização; o setor público entra com o que mais sabe fazer: pessoal especializado, estrutura física, atendimento, investimentos etc. Disso resulta um serviço especializado que atende tanto a pacientes do SUS, como particulares e de planos de saúde.
Temos serviços públicos e privados de excelência, mas temos também problemas em inúmeras áreas – como estrutura, atendimento, tecnologia etc. – que vitimam na ponta da cadeia: o paciente e seus familiares. Por traz dos serviços de excelência, temos os gestores qualificados, não há como negar. Daí que defendemos a educação e a capacitação desses executivos, além do diálogo permanente entre público e privado como uma estratégia para a saúde brasileira.