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Cultura

Editora Pólen muda de nome e vira Jandaíra e Bambolê cria selo adulto

Por Maria Fernanda Rodrigues

A Pólen, fundada em 2001 como um escritório de prestação de serviços para editoras que virou editora em 2014, está mudando. Ela vai deixar este nome de lado e passará a se chamar Jandaíra

Jandaíra é o nome de uma espécie brasileira, nordestina, de abelha sem ferrão. Um nome de origem indígena que significa inseto que produz mel.

A motivação foi judicial. A editora recebeu a notificação de uma empresa por causa de seu nome, que é o mesmo de um dos produtos dessa grande empresa. Entre gastar dinheiro com advogado e viver com medo de alguma ação, ela preferiu abandonar o nome e investir numa nova marca, que começa a aparecer nos livros que chegam nas livrarias nas próximas semanas e, em breve, no site, na loja virtual e por aí vai. O logo foi criado pela designer Adriana Campos, que procurou aliar “o acolhimento com as lutas que se incorporaram ao catálogo”.

Muda a marca e a cara, mas a linha editorial segue a mesma. “Nosso slogan é ‘livros que causam’ e continuaremos com o mesmo posicionamento”, diz a diretora Lizandra Magon de Almeida, que esperava uma quarentena mais tranquila, mas viu suas vendas aumentarem em até 10 vezes em algumas ocasiões – como no dia seguinte da histórica participação de Silvio Almeida no Roda Viva. Silvio Almeida é autor de Racismo Estrutural pela coleção Feminismos Plurais, série coordenada por Djamila Ribeiro que também despertou o interesse dos leitores após o assassinato de George Floyd, nos Estados Unidos, e depois de todo o debate que se seguiu. As vendas de Djamila, nome de destaque na literatura e no debate, também estouraram quando ela assumiu o Instagram do ator Paulo Gustavo, numa iniciativa que mobilizou algumas celebridades que abriram seus canais para que pessoas negras falassem com seus seguidores.

Entre os autores da Pólen, agora Jandaíra, estão ainda Sueli Carneiro, Cidinha da Silva e Márcia Wayna Kambeba. A prioridade, explica Lizandra, é trabalhar a questão da representatividade – na autoria, buscando escritores e pensadores que falam sobre o que vivenciam ou estudam, ou nos personagens.

Editora Opala em busca de best-sellers

Já a Bambolê, editora de livros infantis e juvenis situada no Rio, está criando um selo para publicar obras adultas com mais potencial comercial. A Editora Opala terá em seu catálogo livros de ficção e não ficção e prepara, para o segundo semestre, três títulos.

São eles: Faça o Amor Ser Fácil, em que a digital influencer e terapeuta holística Thamires Hauch (800 mil seguidores no Instagram) promete ajudar a compreender como é possível se relacionar de forma mais independente e inteligente. Controle Seu Dinheiro Antes Que Ele te Devore: Educação Financeira Para Jovens Ainda Não Endividados ou Adultos Devorados Pelas Dívidas, de Ana Cristina Melo. E o primeiro volume da série distópica A Rainha Perdida, também de Ana Cristina Melo, coordenadora editorial da casa.

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