O Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HCRP) deu um passo significativo rumo à modernização de seus serviços de caráter emergencial. Nesta segunda-feira, 30 de setembro, foi entregue pela MHA Engenharia o projeto executivo para o início das obras da Nova Unidade de Emergência (UE). O investimento para a primeira fase será de R$ 80 milhões.
Com a entrega do projeto, o processo licitatório entra em sua próxima etapa. A previsão é de que até o dia 20 de outubro a publicação do edital seja feita no Portal Nacional de Compras. A partir daí, contam-se 25 dias úteis para a abertura da sessão e para que as empresas interessadas apresentem suas propostas.
A nova Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas terá área de 60 mil metros quadrados e será construída ao lado do Hospital Estadual, na Zona Sul de Ribeirão Preto, no final da avenida Independência, próximo à Rodovia Prefeito Antônio Duarte Nogueira (SP-322), o Anel Viário, com facilidade de acesso a ambulâncias e pacientes da cidade e da região.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), diz que já tem os R$ 80 milhões para iniciar a obra: são R$ 30 milhões de emenda parlamentar apresentada pelo deputado federal Ricardo Silva (PSD-SP), candidato a prefeito de Ribeirão Preto, e R$ 50 milhões do governo de São Paulo .
Os recursos foram destinados por meio de emenda impositiva, paga ao Fundo Estadual de Saúde, em 23 de maio, por meio da ordem bancária número 2024OB013740. “Com a entrega do projeto executivo, será possível licitar o primeiro módulo com valor estimado de R$ 80 milhões”, diz o superintendente do HC, Ricardo Cavalli.
“Esse é um passo extremamente importante para construção da nova Unidade de Emergência”, emenda o superintendente. A nova unidade terá 400 leitos, o dobro da capacidade atual. Ribeirão Preto já conta com a Unidade Campus, na Vila Monte Alegre, na Zona Oeste, e a de Emergência, na rua Bernardino de Campos, no Centro de Ribeirão Preto, que está saturada.
Ainda não foi definido o futuro da atual Unidade de Emergência após a inauguração do novo prédio. Em 2019, a UE realizou 31.169 internações, contra 24.472 no ano seguinte, mais 26.361 em 2021 e em 2022 foram 28.944. Já o total de cirurgias realizadas pela UE chegou a 4.402 em 2018, mais 4.216 em 2019, outras 3.694 em 2020, mais 4.125 em 2021 e em 2022 foram 4.211.
Com cerca de 960 funcionários, a Unidade de Emergência realiza cirurgias e atendimentos de pacientes graves e crônicos como em casos de acidentes vasculares cerebrais (AVCs), enfartes e traumas, e, em alguns casos, é a principal referência em exames como tomografias computadorizadas, hemodinâmicas e procedimentos vasculares.
Inaugurado em 1956, o HC Centro é uma unidade especializada em urgências e emergências desde 1970, após a construção da segunda unidade no campus da USP, na Vila Monte Alegre, na Zona Oeste. Em 2002, a UE operava com 162 leitos e, hoje, 22 anos depois, o número subiu para apenas 176. Sessenta por cento dos atendimentos são de Ribeirão Preto e 40% da macrorregião.
A Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas atende pacientes do 13º Departamento Regional de Saúde (DRS-XIII), composto por Ribeirão Preto e mais 25 cidades, entre elas Altinópolis, Barrinha, Batatais, Brodowski, Cajuru, Cássia dos Coqueiros e Cravinhos.
A lista ainda traz Dumont, Guariba, Guatapará, Jaboticabal, Jardinópolis, Luz Antônio, Monte Alto, Pitangueiras, Pontal, Pradópólis, Santa cruz da Esperança, Santa Rita do passa Quatro, Santa Rosa de Viterbo, Santo Antônio da Alegria, São Simão, Serra Azul, Serrana e Sertãozinho.
Polêmica – A construção da nova Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP/USP) gerou polêmica na campanha eleitoral deste ano. Ricardo Silva garante que a obra terá início ainda em 2024.
Já os adversários André Trindade (União Brasil) e Jorge Roque (PT) afirmam que uma obra deste porte custará cerca de R$ 1 bilhão, bem acima dos R$ 80 milhões anunciados por Silva e pelo governador Tarcísio de Freitas. Também dizem que a licitação não será concluída este ano devido aos trâmites que envolvem o processo licitatório.