A Câmara de Ribeirão Preto aprovou o projeto E-Descarte, destinado ao gerenciamento e destinação final de componentes eletrônicos considerados inservíveis. O descarte deverá ser realizado nos ecopontos já existentes na cidade e nos que forem instalados no futuro. O material será destruído posteriormente. A aprovação ocorreu na sessão de quinta-feira, 28 de abril.
O município ainda poderá realizar parcerias e convênios com entidades, cooperativas ou associações de catadores. A destinação final destes detritos deverá obedecer a legislação sobre o assunto. Segundo o autor do projeto de lei, o lixo eletrônico quando descartado de forma incorreta pode gerar sérios riscos ao meio ambiente e à saúde da população.
Isso se deve ao uso de metais pesados, altamente tóxicos, na composição desses equipamentos. Entre eles, metais como o berílio e chumbo. Além disso, somam-se a eles diversos outros componentes químicos que podem ser danosos ao meio ambiente. Agora, o projeto aprovado seguirá para análise do prefeito Duarte Nogueira (PSDB) que poderá vetá-lo ou sancioná-lo.
Atualmente, Ribeirão Preto possui quatro ecopontos para o descarte de resíduos da construção civil, materiais inservíveis e resíduos recicláveis, como papel, papelão, vidro e metal. Tem ainda dois postos de coletas de recicláveis instalados nos parques Doutor Luis Carlos Raya, no Jardim Botânico, na Zona Sul; e Prefeito Luiz Roberto Jábali, o Curupira, no bairro Ribeirânia, Zona Leste da cidade.
Fones de ouvido, pilhas, celulares, eletrodomésticos. Todos esses utensílios, quando deixam de funcionar e não são mais aproveitados, viram lixo eletrônico. O Brasil é o quinto maior gerador desse lixo no mundo. Mesmo assim, muita gente ainda não sabe o que é esse tipo de resíduo e como ele deve ser descartado para evitar danos ao meio ambiente e à saúde humana.
As informações são da pesquisa Resíduos eletrônicos no Brasil – 2021, divulgada em outubro pela Green Eletron, gestora sem fins lucrativos de logística reversa de eletroeletrônicos e pilhas. O estudo foi conduzido pela Radar Pesquisas. A maior parte dos brasileiros (87%) já ouviu falar em lixo eletrônico, mas um terço (33%) acredita que esse lixo está relacionado ao meio digital, como spam, e-mails, fotos ou arquivos.
Para outros 42% dos brasileiros lixo eletrônico são aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos quebrados e 3% acreditam que são todos os aparelhos que já viraram lixo, ou seja, apenas os que foram descartados, inclusive aqueles que acabam incorretamente em aterros ou na natureza. Mais de 90% acreditam que celulares, smartphones, tablets, notebooks, pilhas e baterias são lixo eletrônico e estão corretos.
Houve, no entanto, muitas respostas erradas: 51% não acham que lâmpadas comuns, incandescentes e fluorescentes são lixo eletrônico; 34% acreditam que lanternas não são lixo eletrônico; e 37% acreditam que balanças não são lixo eletrônico. Na verdade, todos esses objetos são, assim como todo produto elétrico ou eletrônico que é descartado por não ter mais utilidade.
Inclui grandes equipamentos como geladeiras, freezers, máquinas de lavar; pequenos equipamentos como torradeiras, batedeiras, aspiradores de pó, ventiladores; equipamentos de informática como computadores e celulares; e pilhas e baterias. Anualmente, mais de 53 milhões de toneladas de equipamentos eletroeletrônicos e pilhas são descartadas em todo o mundo, segundo o The Global E-waste Monitor 2020.
Na outra ponta, o número de dispositivos, no mundo, cresce cerca de 4% por ano. Apenas o Brasil descartou, em 2019, mais de dois milhões de toneladas de resíduos eletrônicos, sendo que menos de 3% foram reciclados, de acordo com o relatório desenvolvido pela Universidade das Nações Unidas.
A pesquisa mostra que, no Brasil, 16% descartam com certa frequência algum eletroeletrônico no lixo comum. Esse tipo de descarte não permite a reciclagem das matérias-primas presentes nos aparelhos. Um terço dos entrevistados (33%) nunca ouviu falar em pontos ou locais de descarte correto para lixo eletrônico.
A maioria (87%) disse guardar algum tipo de eletroeletrônico sem utilidade em casa. Mais de 30% fica com eles por mais de um ano. Ao todo, foram entrevistadas para o estudo 2.075 pessoas de 18 a 65 anos, entre os dias 14 e 24 de maio de 2021.