Nesta quinta-feira, 22 de maio, o prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) apresentou ao governo estadual a proposta do plano de retomada das atividades econômicas em Ribeirão Preto. De acordo com o tucano, o Estado solicitou uma proposta de retomada para analisar e avaliar a viabilidade de sua implantação.
O cronograma prevê a volta à normalidade em quatro etapas, entre 1º de junho e 13 de julho. Porém, tudo depende do governador João Doria (PSDB) – ele pode prorrogar a quarentena imposta pelos decretos de isolamento social. A flexibilização de algumas atividades está prevista para 31 de maio.
“Nossa região tem sido previdente em tomar as medidas antecipadamente, no início da pandemia, e, por isso, nos encontramos em uma situação menos desconfortável em comparação à capital. Dispomos de testes, laboratórios, leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e de enfermaria disponíveis, sem colapsar o sistema de saúde, portanto, em uma situação segura neste momento”, disse o chefe do Executivo nesta quinta-feira, 21 de maio.
Ele estava acompanhado do presidente do Conselho de Contingência para o Enfrentamento da Covid-19 e atual secretário municipal da Saúde, Sandro Scarpelini. Responsável pela interlocução com a região, o secretário Estadual de Agricultura e Abastecimento, Gustavo Junqueira, informou que os dados apresentados serão analisados e encaminhados ao governador João Doria (PSDB), que deverá se pronunciar nas próximas semanas para discutir o planejamento.
O objetivo é reduzir vas medidas de isolamento e dar início à retomada das atividades dos setores da economia. “As informações colhidas na reunião serão apresentadas ao governador no dia 25 de maio, segunda-feira, durante a reunião do Conselho Municipalista”, informa Gustavo Junqueira. De acordo com o planejamento da administração municipal, a retomada da economia local está prevista para acontecer a partir de 1º de junho, desde que o governo do Estado permita.
A reabertura gradual de estabelecimentos do comércio e do setor de serviços está dividida em quatro etapas e será realizada de acordo com índices de controle que serão avaliados de 14 em 14 dias. Esta avaliação possibilitará definir se o plano de retomada será implantado ou se uma nova quarentena será determinada pelo governo paulista. A cada 14 dias, período que dura a incubação, transmissão e cura do novo coronavírus, o Comitê Técnico de Contingenciamento analisará os índices de crescimento da doença, número de contaminados, quantidade de casos de síndrome respiratória aguda grave (Srag), óbitos, ocupação dos leitos hospitalares, estoque de equipamentos de proteção individual (EPIs), número de testes disponíveis e rastreamento.
A partir destas informações, será feito um cálculo em que a média entre novos casos de covid-19 e o índice de crescimento da doença nos últimos 30 dias deverá ser menor ou igual a 12% ou 15% da média dos 14 dias anteriores. Também, nesta avaliação, a taxa de ocupação do número de leitos de UTIs reservados para o tratamento da doença deve ser de, no máximo, 60%; o número de mortes nos últimos três dias da data avaliada deve ser menor ou igual a 5% a cada um milhão de habitantes e, além disso, os estoques de EPIs e insumos básicos devem estar abastecidos para atender as unidades de saúde durante 30 dias.
Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) informando que compreende a as medidas anunciadas pelo prefeito, mas ressalta que o sistema de vendas “take out” (pegue e leve), com a retirada de produtos nas lojas por pedestres, deve ser implantado de imediato em todo o comércio, não apenas no setor de alimentação.
É um compromisso da associação que comerciantes e funcionários trabalhem tomando o máximo de cuidado, inclusive com a utilização de máscaras, para que não haja retrocesso neste processo. Para isso, a Acirp, junto outras entidades, está disposta a ajudar a construir protocolos com soluções técnicas para trabalhar com segurança. A associação também se compromete a continuar ajudando a divulgar procedimentos e processos para que as empresas auxiliem no combate à covid-19.
O cronograma de volta da economia
De acordo com o planejamento, até o dia 31 de maio permanecerão em vigor as regras dos decretos estaduais, ou seja, funcionamento dos serviços essenciais, de saúde, alimentação, abastecimento, segurança, comunicação social, “drive thru” e “delivery”, instituições financeiras, manutenção e conserto, indústrias e serviços internos sem atendimento presencial.
Estão neste grupo serviços considerados essenciais como supermercados, padarias, açougues, bares, lanchonetes e restaurantes (desde que não haja consumo no local), farmácias, drogarias, bancos (seguindo as regras de distanciamento e higienização), postos de combustíveis, serviços de limpeza, segurança, transporte (ônibus, táxis e aplicativos) e abastecimento.
Já a partir do dia 1º de junho terá início a primeira etapa de retomada, que mantém os setores anteriores e inclui higiene e cuidados pessoais (clínicas de estética, clínicas de podologia, barbeiros, cabeleireiros e similares), além de oficinas de costura e lojas de aviamento e similares (para venda exclusiva de tecidos).
Na segunda etapa, planejada para 15 de junho, acrescentam-se os estabelecimentos comerciais e de serviços com área de venda igual ou inferior a 800 metros quadrados, inclusive os quatro shoppings centers, obedecendo aos protocolos e regras específicas. Na terceira fase do plano, no dia 29 de junho, as escolas retornam às aulas.
Por fim, a partir de 13 de julho, após a avaliação dos indicadores e com todas as etapas concluídas sem prejuízo à saúde, será permitido o funcionamento de feiras, academias, museus, bibliotecas, praças e outros locais públicos para a prática de esportes e atividades lúdicas.