Jack Ryan está em apuros. Após assumir seu novo papel como vice-diretor interino da CIA, o personagem de John Krasinski passa a enfrentar uma tarefa complicada: descobrir a corrupção interna na agência. No processo, suspeitas indicam a vulnerabilidade dos Estados Unidos, obrigando Jack a mergulhar em um emaranhado de esquemas, na convergência de um cartel de drogas com uma organização terrorista e em uma conspiração muito mais próxima de casa do que se imaginava. Essa é a história da quarta e última temporada de Jack Ryan, disponível no Prime Video.
“É um final agridoce”, afirma John Krasinski em entrevista ao Estadão. “Esse personagem é meu favorito, tanto nos filmes quanto nos livros. E o fato de eu ter tido a chance de interpretá-lo é alucinante. É meio surreal. Acho que o que vou sentir mais falta é definitivamente trabalhar com o pessoal. Não éramos apenas um elenco. Especialmente nas duas últimas temporadas [gravadas na pandemia] realmente nos aproximamos”.
Havia desconfiança no ar, em 2018, quando o Prime Video anunciou que Jack Ryan ganharia uma nova série. Antes disso, o personagem passou por altos e baixos com Alec Baldwin (A Caçada ao Outubro Vermelho), Harrison Ford (Jogos Patrióticos e Perigo Real e Imediato), Ben Affleck (A Soma de Todos os Medos) e Chris Pine (Operação Sombra: Jack Ryan). Era preciso ter algo diferente.
A aposta foi não apenas adaptar com mais afinco os livros de Tom Clancy mas também trazer um elenco de peso. Além de Krasinski, queridinho do público por conta de seu papel em The Office, os produtores atraíram Michael Kelly (House of Cards) e Wendell Pierce, um dos nomes mais respeitados do teatro nos Estados Unidos.
“Eu não fazia ideia de que trabalharia com esse nível de talento”, diz John. “Esses três personagens se tornaram empolgantes também por causa de nossos relacionamentos fora das câmeras, que é algo realmente verdadeiro”.
Além disso, Jack Ryan se aproximou da realidade dos Estados Unidos, com casos mais palpáveis e bem adaptados para os tempos de hoje. É o caso de James Greer, diretor de inteligência, interpretado por Wendell Pierce. “Estou muito orgulhoso do trabalho que fiz, principalmente por interpretar um oficial de inteligência negro”, diz o ator, que também é visto na celebrada série The Wire. “Aprendi que a CIA se parece com o país em que vivemos e refletimos isso na série”.
Como resultado, a série foi colecionando bons números de audiência, segundo o Prime. A primeira temporada foi assistida por 40% dos usuários da plataforma, enquanto a segunda teve uma média de audiência de 4,6 milhões de contas apenas na primeira semana, superando até The Boys.
Quarta temporada é a mais tensa da série
Enquanto as outras temporadas tratam geralmente de inimigos internacionais, passando por países como Venezuela e Rússia, a quarta leva de episódios de Jack Ryan traz um clima mais pesado de paranoia e tensão – afinal, o protagonista passa a lidar com problemas cada vez mais “domésticos” e complicados de resolver, deixando tudo ainda mais político.
Os roteiristas trabalham em três frentes: a trama envolvendo corrupção e envolvimento do Estado; a história de terrorismo e tráfico, com forte presença de Ding Chavez (Michael Peña); e a conclusão a jornada dos personagens. São muitos objetivos e histórias, mas que convergem em uma trama intensa.
Michael Kelly, que interpreta o agente Mike November, compara os desafios. “Acho que todas as missões são bastante desafiadoras. Você volta para a segunda temporada e a disposição dele de deixar o emprego que ele conhece e ama por toda a vida na CIA, deixar tudo isso porque ele sabe que o que Jack estava fazendo estava certo, acho que foi provavelmente o mais desafiador, mas ao mesmo tempo o mais gratificante, porque isso lhe deu uma nova vida. Mas sim, ele certamente foi desafiado e muito testado nesta temporada”, diz. “Mas também foi muito divertido”.