Tribuna Ribeirão
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É preciso desinventar para poder virar a chave 

José Eugenio Kaça *  
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Os europeus sempre se julgaram um povo superior, e ancorados nesta superioridade, evocavam a proteção de Deus, com quem tinham intimidade, pois andavam de mãos dadas com ele, e essa proximidade lhes davam o direito de definir ao seu bel prazer o que fazer com os povos que conquistaram e dominaram após a expansão para a outros continentes que aconteceu nos séculos 14 e 15.Essa invasão, principalmente de portugueses e espanhóis ao Continente Americano, foi chamado por eles de descoberta, e que descobriram podiam tomar posse das terras e subjugar os povos nativos, que na visão distorcida dos europeus eram seres inferiores. Para dominar e subjugar usaram as duas ferramentas mais poderosas, que até hoje são usadas para subjugar povos que querem dominara pólvora e a Bíblia, a pólvora que mata e destrói tudo, e a Bíblia para domina as almas, mas tomando o cuidado de só usar o Velho Testamento, raiz do fundamentalismo religioso, tudo em nome de Cristo, mas sem seguir seus mandamentos. 
 
Essa pseudo superioridade branca europeia determinou como seria a chamada “elite”, que teria poder, mas um poder relativo, pois ficaria ligada umbilicalmente ao colonizador, e esse modelo da sociedade europeia, branca e bem nascida espelhado na colônia criou a ultradireita brasileira, que mesmo lambendo as botas do colonizador; como os europeias se julgam superior. E como seres superiores construíram o muro da segregação, que depois de mais de cinco séculos ainda continua produzindo seus efeitos. Manter uma casta na linha da miserabilidade ignorante e analfabeta  é a ferramenta eficaz para evitar  que tenham ideias revolucionárias, e assim exigindo seus direitos. Agem como a Igreja Católica na Idade Média, que retinha todo o conhecimento, e com isso e através da coerção física e psicológica dominava tudo.  
 
No século 21, o avanço tecnológico criou a inteligência artificial (que segundo o neurocientista Miguel Nicolelis “não nem inteligência, nem artificial”), mas que está substituindo os trabalhadores de diversas áreas. No entanto aqui no Brasil, as mesmas segregações continuam sendo impingidas ao povo pobre e preto. A educação básica pública, que no início do século passado era considerada de qualidade, mas não atingia a população pobre, prova disso era a mácula do analfabetismo, que chegava a atingir 70% da população brasileira. Olhando para o passado, vemos que a inclusão dos pobres na educação básica pública, melhorou, mas está longe da qualidade que se espera de um País democrático.  
 
O momento atual mostra claramente a luta do empresarismo x humanismo. O empresarismo visa somente os lucros, sem se importar com a vida humana, está destruindo o Planeta, e usando os bilhões acumulados para tentar viver o futuro fora do Planeta Terra. Já o humanismo quer um mundo onde o cuidado com o outro e a partilha seja o que vai interessar. E para que o humanismo possa frutificar entre a população brasileira é imperativo que a educação básica pública cumpra sua função constitucional; e passe a formar seres humanos para exercer a cidadania. Os problemas que estamos vivendo são também uma oportunidade, aprender a surfar estas ondas gigantescas, que representam o atraso, vai nos salvar. A escola pública precisa ajudar a preservar as boas tradições, que ajudam a preservar a humanidade é preciso desinventar e saber levar a vida com humanidade, e isso só os pobres sabem fazer.  
 
* Pedagogo, líder comunitário e ex-conselheiro da Educação 

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