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É possível viver e conviver em paz!

A vida pode ser uma sucessão de coincidências felizes, de encontros prazerosos, de união entre as pessoas. Mas nem sempre é isso o que vemos ao nosso redor. Na correria diária, são muitos os “ruídos” que tiram o nosso sossego e atrapalham a nossa convivência.

Por vezes nos tornamos porta-vozes da difamação ao invés de instrumentos da Paz. Como então celebramos no último final de semana a Festa da Sagrada Família, Jesus, Maria e José, se desfiguramos nossas próprias famílias por causa de ideologias tantas vezes nefastas? E a Oitava de Natal que celebrou a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, juntamente com o Dia Mundial da Paz? Que tipo de paz promovemos entre nós? A paz de cemitério, que nos silencia por medo de criarmos “encrencas”, ou a verdadeira paz trazida desde a manjedoura que tanto decantamos no recente Natal celebrado? Essa última exige de nós posturas e respostas proféticas de amor, verdade, justiça e liberdade em todos os sentidos. Não somente naquilo que nos convém!

Na era da Internet, toda e qualquer mensagem se propa­ga num piscar de olhos. Fatos que ocorrem num canto do planeta atravessam fronteiras, chegando a outras cidades, outros países e continentes com a rapidez de um clique. Alimentadas pela fofoca, histórias que envolvem a intimida­de das pessoas tomam proporções inimagináveis e invadem nossos lares como se fossem verdades absolutas. E essas histórias fomentam antipatias, preconceitos e desprezo.

Outro agente semeador de discórdia é a necessidade que alguns têm de impor suas ideias e sua maneira de ser. Parecem querer provar a si mesmos que são superiores aos outros. Muitas pessoas gostam de recitar a Oração de São Francisco, como um poema em homenagem à Paz. É funda­mental que todos compreendam que a construção desta Paz, em nível mundial ou dentro de casa, depende de cada um de nós. Depende de uma mudança de conduta pessoal. Nas pa­lavras de São João Paulo II num discurso que fez em Assis, a Paz é descrita como um canteiro de obras aberto a todos: “A paz é uma responsabilidade universal: passa através de milhares de pequenos atos da vida cotidiana. Por seu modo cotidiano de viver com os outros, as pessoas optam pela Paz ou a descartam”.

Sempre que deparamos com a tentação da discórdia, é bom lembrar o exemplo da Família de Nazaré. Foram mui­tas as apreensões vividas por Maria, José e o Menino Jesus enquanto buscavam um lugar seguro para morar, mas em nenhum momento perderam o sentido da união. Mantive­ram-se juntos para o que desse e viesse.

Assim também deve ser a nossa vida. Não podemos nos perder uns dos outros. E, mais importante ainda, não podemos nos perder de Deus, que é a fonte de toda união. Não nos afastemos de sua Palavra em nossa vida pessoal, familiar, social e profissional. A fé em Deus nos ensina a contribuir para a união entre os seres humanos.

Esse discernimento nos leva a refletir antes de realizar­mos toda e qualquer ação. A reflexão é o exercício dos sá­bios. Quando desenvolvemos o hábito de refletir, consegui­mos criar um equilíbrio entre razão e emoção, atuando com mais cordialidade e gentileza. Nossas palavras serão mais adequadas, nossas conversas mais oportunas e positivas. Nossas decisões serão mais justas. Nosso comportamento dará aos outros a certeza de que é Possível Viver e Conviver em Paz!

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