Tribuna Ribeirão
Política

É natural defender perfil ideológico alinhado

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ale­xandre de Moraes, minimizou nesta sexta-feira, 31, a decla­ração do presidente Jair Bol­sonaro de que a Corte precisa no momento de um ministro evangélico. Moraes ressaltou que a indicação dos cargos má­ximos do STF são feitas pela Presidência da República e dis­se que é natural que o Executi­vo escolha nomes alinhados.

“Ele sendo o presidente da República pode escolher aquele que entender que seria o perfil ideológico mais próxi­mo ao seu governo. Isso ocorre no Brasil, nos Estados Unidos. Cabe ao Senado aprovar. São declarações normais, cada pre­sidente tem o direito constitu­cional de escolher ministros do STF”, disse.

Moraes descartou ainda que o andamento de pautas mais “liberais” sejam afetadas pela discordância de um governo mais conservador. O ministro prosseguiu colocando panos quentes na situação e disse que a reação de Bolsonaro tampou­co evidencia conflito entre os Poderes. “O presidente tem o direito de não concordar”, disse, acrescentando: “Não há conflito entre Poderes porque eventual­mente poderes não concordam”.

O ministro, no entanto, fez questão de ressaltar que a Constituição Federal tem man­damentos impositivos contra a discriminação e que cabe ao STF garantir o cumprimento da lei. E voltou a descartar que o Supre­mo esteja legislando, papel que é do Congresso. “Não há nada de legislar, o que há é a aplicação da Constituição, que é protetiva de uma minoria, que sofre violên­cia tão somente pela sua orienta­ção sexual. Não é possível conti­nuar com isso”, disse.

Minorias
Moraes reagiu às críticas fei­tas por Bolsonaro em relação ao julgamento de criminalização da homofobia. Durante evento do Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP), ele afirmou que a Corte é criticada de tentar legislar em função de algumas pautas, mas ponderou que, às minorias, só resta o Judiciário.

“Não digo que não possa haver erros, o STF é compos­to por seres humanos e seres humanos erram. Se minoria tem direitos negados, se sofre discriminação e perseguição, não consegue mudar o Exe­cutivo e o Legislativo, o que sobra pra minoria? O poder judiciário”, disse.
Ele ponderou que o regime democrático já funciona em função da vontade das maio­rias e alertou em relação à uma “tirania das maiorias”. Ele dei­xou claro ainda que “não é pa­pel do Judiciário agradar sem­pre à população”.

Em um momento em que o STF julga uma série de casos que envolvem as finanças esta­duais, Moraes destacou ainda que há distorções do federalis­mo atual. “Temos federalismo assimétrico. À exceção de São Paulo, os Estados hoje depen­dem da União”, disse.

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