Sempre fui arredio em relação a fazer política partidária, mas em um determinado momento, senti a necessidade de concretizar todos os meus ideais numa prática política, na qual eu acreditava, socialista e libertária.
Atuei e me doei a uma causa socialista democrática que acredito. Tinha a certeza que essa agremiação seria justa e fraterna, que por ser socialista e defender a liberdade, pudesse ter compaixão quando um dos seus errasse e que pudesse orientar na correção da rota e juntos continuarmos caminhando para a concretização do socialismo.
Acreditei que meu legado de luta pudesse ser reconhecido e levado em conta na ocasião de um julgamento sumário por um erro que cometi. Mesmo assumindo o erro e me retratando publicamente, a pena já estava imposta e sem possibilidade de recorrer à segunda instância.
Fui julgado e condenado sumariamente por um grupo que não conseguiu olhar para frente e perdoar. Como disse Gandhi, “ Os fracos nunca podem perdoar. O perdão é atributo dos grandes”. Tenho comigo que as convicções são cárceres e escravizam, portanto prefiro viver livre e suscetível ao erro.
Vou fazendo, lutando, errando e vivendo. Faço autocrítica, me retrato e corrijo rotas para tentar não errar mais. Não tenho a pretensão de me achar perfeito, sou falível e por isso acredito que não posso participar de uma agremiação política perfeita e que não admite erros.
Como disse Marighella, a única luta que se perde é aquela que se abandona, portanto continuarei lutando, e para isso não preciso estar num partido, pois como cidadão posso fazer muito pela educação, cultura e por aqueles que querem realmente o socialismo e a liberdade.
Parafraseando Neruda: “esqueçamos com generosidade aqueles que não nos podem amar”.