Tribuna Ribeirão
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Dúvidas, enigmas, incertezas e constatações 

Edwaldo Arantes *
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Devem existir diversas maneiras de amar, não se trata de uma mulher, mas sim a união dos seres na busca da convivência, carinho, e parcerias. Corações que optaram e ungiram traçar a vida como companheiros e  companheiras.

O amor talvez seja algo muito maior, atemporal e universal.

Deve ter qualquer coisa de respeito, admiração, cumplicidade, afeição, apego, apreço, consideração e amizade.

A solidariedade pelos que estão nas ruas, renegados, jogados à própria sorte.

A atenção e proteção aos nossos monumentos históricos, por aqueles que marcaram a nossa existência, que contaram toda a trajetória da civilização.

Não são os olhos verdes, castanhos, cinzas, azuis, avelãs, âmbares ou pretos como as noites sem luar, ou quando, vislumbram o céu escuro prevendo a tempestade.

Podem ser aqueles que lutaram pela liberdade, justiça, igualdade e a livre determinação dos povos.

Nunca representou os porões fétidos das prisões, onde distantes, sozinhos, condenados ao sofrimento, seres humanos trancafiados, quase perecendo, Alex Polari de Alverga, Nelson Rodrigues Filho, José Genoino Neto, Dilma Vana Rousseff, Áurea Moretti e tantos outros mais.

Não é possível que seja erguer o vidro do carro importado, parando no semáforo, ignorando e fechando os olhos a uma criança faminta, magérrima, com a barriga lotada de vermes, vendendo balas e estendendo a mão, rogando por uma prata.

Jamais será obra deste misterioso sentimento, as torturas e assassinatos da déspota e assassina ditadura militar, Vladimir Herzog, Ieda Santos Delgado, Jane Vanini, Luiz Eduardo da Rocha Merlino, Alexandre Vannucchi Leme, Carlos Lamarca, Carlos Marighella, André Grabois e uma infinidade de verdadeiros heróis da pátria, retratados em uma longa lista de desaparecidos e assassinados.

Sem querer, lembrei-me de um professor do “Gymnasio Paraisense”, José Carlos Maldi, afirmando nas suas aulas de Física: “A matéria não tem definição, porque não conhecemos a natureza íntima de seus componentes”.

Havia enorme contestação dos estudantes, abraçados aos estudos e teorias dos gênios da física, Marie Curie, Galileu Galilei, Isaac Newton, Albert Einstein, James Ernest Rutherford, Stephen Hawking, César Lattes e Emmy Noether.

Hoje acredito que existe algo de verdade no saudoso mestre, uma pena não ter tido a oportunidade de figurar entre os grandes da física, infelizmente, como nunca fomos agraciados pelos comitês onde outorgam o “Nobel”.

Uma ironia atribuir um prêmio, principalmente o da “Paz”, com o nome do inventor da dinamite, Alfred Bernhard Nobel.

Talvez o amor não tenha definição, pois desconhecemos a intimidade de seus princípios, entregues a um mundo injusto, desigual e desumano, com recordes de pobreza absoluta, fome e miséria.

“A vida sob o império bolsonarista, militarizada e negacionista, não deixam dúvidas quanto ao aprofundamento da destruição social, política e econômica da sociedade brasileira”.

O Brasil tem um dos maiores índices de concentração de renda no mundo.

Não pode e nunca será, dádiva, sacrifício, sofrimento, dor, abnegação e, muito menos, recompensa, deve representar a árvore bem cultivada, regada, nascida para dar bons frutos, glorificando a beleza das obras da natureza, tão agredida neste instante.

Talvez seja o sonho da humanidade, o compromisso fiel com a paz, com a vida perene em realizações, como o primeiro beijo nunca esquecido, trocado na soleira, seu gosto nos lábios escondido em um cantinho da memória.

Como crianças em sua total inocência, acreditando nos contos de fadas, nas manhãs natalinas e nos dias felizes para sempre.

Acredito que consigamos definir pelo trinado dos pássaros, a melodiosa voz do Uirapuru, o barulho que faz adormecer quando o riacho corre calmo, livre e soberano, cantarolando a música da saudade.

Que possamos viver abraçados, envolvidos pelas esperanças até a eternidade, procurando acreditar que existe definição para o amor, nosso caminho, confiança, promessa, sonho, probabilidade e expectativa, na eterna busca da felicidade.

* Agente cultural 

 

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