O primeiro “drive thru” compartilhado de Ribeirão Preto terá início nesta terça-feira, 12 de maio, na Esplanada do Theatro Pedro II, no Centro Histórico. A operação vai funcionar de segunda a sexta-feira, das onze às 19 horas, e aos sábados, das nove às 15 horas. Outros três pontos da região central também vão atender neste sistema de entrega de produtos adquiridos no comércio tradicional da cidade, mas ainda sem data definida.
Estão liberados o Largo Tiradentes, na rua Visconde de Inhaúma, entre a Mariana Junqueira e a Visconde do Rio Branco, o trecho da General Osório entre a Visconde de Inhaúma e a Barão do Amazonas, em frente à praça Carlos Gomes, e a rua que corta a Praça das Bandeiras, em frente à Catedral Metropolitana de São Sebastião, onde normalmente é realizada a tradicional feira de artesanato – entre Florêncio de Abreu e Américo Brasiliense.
Na sexta-feira (8), a Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto (Transerp) enviou ofício à Associação Comercial e Industrial(Acirp), Sindicato do Comércio Varejista (Sincovarp) e Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-RP) anunciando a liberação dos bolsões – as duas últimas entidades representam o setor no Grupo de Transição e Retomada (GTR) do coronavírus. Antes de anunciar as datas de funcionamento dos outros pontos, os organizadores vão avaliar como será o atendimento na esplanada, espaço cedido pela Fundação Dom Pedro II.
“Vamos primeiro mensurar como será o funcionamento do ‘drive thru’ da esplanada. Conforme for crescendo a demanda, já teremos esses outros três espaços pré-autorizados para a implantação. É uma situação muito nova para o comércio varejista e, por isso, vamos ampliando de acordo com a necessidade”, explica Paulo César Garcia Lopes, presidente do Sincovarp e da CDL-RP, organizadores do “drive thru”.
Seguindo as diretrizes do decreto que autoriza a operação, o “drive thru” da esplanada terá um circuito com entrada e saída independentes pela rua Duque de Caxias. Primeiro o cliente deve fazer o pedido do produto por WhatsApp, redes sociais, telefone, loja virtual ou pelo site da loja. Se puder efetuar o pagamento antecipadamente, ajudará muito.
O lojista combina com o cliente dia e horário da entrega na esplanada. O colaborador da loja deve estar lá usando máscara e luvas de proteção e com o produto embalado e higienizado. Também de máscara, o consumidor acessa o “drive thru” e estaciona em uma das vagas destinadas para a entrega. Ele não pode descer do veículo em momento algum.
O cliente se identifica e informa qual loja fará a entrega. O monitor aciona o funcionário do estabelecimento e o produto é colocado no banco de trás ou no porta-malas do veículo, se for necessário. Se o consumidor precisar pagar a mercadoria na hora da entrega, poderá fazê-lo por meio da maquininha de cartão, devidamente higienizada, que o funcionário deverá portar no local. Se o pagamento for em dinheiro, o funcionário da loja já deve levar o troco contado, mas a recomendação é de que sejam evitados pagamentos em dinheiro.
Após a entrega, o cliente manobra o veículo e segue o fluxo de trânsito indicado por placas de sinalização até a saída da esplanada. É obrigatório que o funcionário que fará a entrega higienize as mãos e a maquininha de cartão. Dois monitores atuarão, em auxílio aos lojistas, um na entrada da operação, coordenando o fluxo de veículos de forma a evitar filas e problemas no trânsito da Duque de Caxias, e outro nos pontos de parada agilizando o tempo de entrega. Quanto mais rápido, melhor fluirá a operação.
Acirp vai ao MPE solicitar ‘take out’
A Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) recorreu ao Ministério Público Estadual (MPE) na tentativa de liberar a adoção do modelo “take out” (pegue e leve) para os estabelecimentos comerciais de atividades consideradas não essenciais.
A entidade já havia feito a solicitação à prefeitura de Ribeirão Preto, mas diante de uma indefinição até o presente momento, decidiu procurar o MPE. A Acirp ainda aguarda um retorno do Executivo municipal e reiterou o pedido em ofício enviado nesta segunda-feira, 11 de maio, mesma data em que o Ministério Público foi acionado.
“A prefeitura poderia levar essa mesma proposta ao governo do Estado. Seria uma solução intermediária entre a flexibilização e a situação atual”, aponta o presidente da Acirp, Dorival Balbino. Em 23 de abril, a associação alertou a administração que a deliberação do Comitê Estadual do Covid-19 já permitia as modalidades “delivery” e “drive thru” para comércios não essenciais.
Sem retorno, no dia 30 a entidade cobrou uma resposta e mais agilidade do município e do Grupo de Transição e Retomada Pós-Covid-19 para que, além de organizarem e viabilizarem estas modalidades, também considerassem o modelo “take out” para o comércio em geral inclusive nos bairros, onde estão corredores como os das avenida Dom Pedro I (Ipiranga) e Saudade (Campos Elíseos), na Zona Norte, e o Boulevard, na Zona Sul.
“Entendemos que o ‘drive thru’ tem sua efetividade se muito bem coordenado e, principalmente, se os comerciantes se organizarem em seus quarteirões e delimitarem as vagas para retirada dos produtos, mas isso não é nem de longe suficiente”, avalia Sandra Brandani, vice-presidente da Acirp.
“Já argumentamos com a prefeitura e com o coordenador do Grupo de Transição que a liberação da retirada dos produtos nas lojas, o chamado ‘take out’, é o que traria de fato algum alento aos pequenos empreendedores, pois isso viabilizaria a compra nos bairros por parte dos consumidores que se deslocam a pé, de bicicleta e mesmo de ônibus,” explica a empresária.