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Doria lança programa de contingenciamento

GOVERNO DE SÃO PAULO

O governador João Doria (PSDB) anunciou nesta terça­-feira, 14 de abril, que o Estado irá implementar um programa de contingenciamento para a superação da crise causada pelo novo coronavírus. Segun­do o vice-governador Rodrigo Garcia (DEM), a previsão de arrecadação no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) projeta uma queda de R$ 9,7 bilhões pelos próximos três meses.

De acordo com Garcia, o go­verno calcula uma redução de 6% da atividade econômica, de 30% nas importações e um au­mento de 5% na inadimplência, durante o mês de abril. Na tarde desta terça-feira teve carreata em Ribeirão Preto em protesto contra a quarentena de Doria e também contra o contingencia­mento. O comboio passou pela região central da cidade.

“Essa estimativa para o mês de maio é impossível de ser fei­ta com precisão, mas nós sabe­mos que cairá mais a atividade econômica, a inadimplência se mantém e talvez (haja) uma pequena recuperação no mês”, informou Garcia. “Tudo isso projetado para a nossa realida­de dá uma perda total de arre­cadação de quase R$ 10 bilhões (em três meses)”, completou.

Para este mês, Garcia afir­mou que o governo calcula uma despesa de R$ 12,7 bilhões por mês e uma arrecadação de R$ 9,9 bilhões, o que resultaria em déficit de R$ 2,8 bilhões. O governo de São Paulo publicou no período da manhã dois de­cretos que tratam do custeio da máquina pública e do funcio­nalismo estadual.

Segundo o vice-governa­dor, a meta é reduzir em 20% o custeio do Estado, ou R$ 2,3 bilhões, salvaguardadas as áreas essenciais, como Saúde e Segurança Pública. Doria editou dois decretos estaduais, restringindo pagamentos de décimo terceiro antecipado e férias de servidores, e proibin­do novos contratos em setores não relacionados à doença. Essas ações, somadas a outras medidas já adotadas, como a suspensão do pagamento da dívida estadual com a União, devem resultar em uma eco­nomia de pouco mais de R$ 8 bilhões neste ano.

O impacto econômico das medidas prevê que a reserva emergencial de caixa alcance R$ 2,3 bilhões nos próximos três meses. A suspensão de serviços da dívida com a União foi rati­ficada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e já permite eco­nomia de R$ 1,2 bilhão por mês entre março e agosto. O Estado também faz negociações para interromper o pagamento de dívidas bancárias e de precató­rios durante a crise.

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