A ópera “Don Giovanni”, obra-prima do compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) com libreto de Lorenzo Da Ponte (1749-1838), estreia nesta sexta-feira, 28 de setembro, no Theatro Pedro II, em Ribeirão Preto. Na quarta-feira (26) houve um ensaio geral aberto à população.
Todas as sessões contarão com áudio-descrição para atender o público com deficiência visual.
Uma obra-prima de Mozart. O maestro Cláudio Cruz, da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), assina a direção artística e musical e será o regente. A direção cênica é de Mauro Wrona, com Caetano Vilela como designer de luz e o figurinista Fábio Namatame.
Toda esta mobilização de talentos foi planejada e trabalhada por meses junto aos órgãos oficiais e apoiadores de cultura, fazendo no interior de São Paulo uma montagem criteriosa da lenda de Don Juan que surgiu como um conto moral de advertência contra a vida desregrada.
Como nenhum outro compositor até então, Mozart percebeu que, explorando a força emocional do canto, poderia infundir sangue e vida nos heróis da ópera tradicional, seja ela séria ou cômica. A última seletiva ocorreu em 4 de junho para definir o coral da ópera. Dezesseis candidatos foram aprovados. Thayana Roverso (soprano) foi escolhida para interpretar a persona-gem Zerlina e Camilo Calandrelli (barítono) fará Masetto.
A montagem, que estreou no Theatro São Pedro, em São Paulo, em outubro do ano passado, com enorme sucesso de público e de crítica, ocupa o Pedro II desde o dia 17 em um processo de adaptação às características do palco do espaço cultural, que não receberá mais nenhum espetáculo até o fim da temporada de “Don Giovanni”, na próxima terça-feira, 2 de outubro.
“Don Giovanni” trata da história do galanteador espanhol conhecido pela fama de conquistador. A obra, que expõe a desordem dos afetos, ambientada em Sevilha, na Espanha do século XVIII, traz uma crítica social e sarcasmo misturando a comédia ao drama. Seu mote, que se desenrola em dois atos, se dá já na primeira cena, por conta da tentativa de estupro por parte de Don Giovanni à Donna Anna.
Os personagens vivem envoltos em emoções e desejos violentos, tendo ainda como tema central o “don juanismo” clássico na psicologia moral com foco no enlouquecimento do desejo. Neste cenário, e apesar de escrita em 1787, encenada pela primeira vez no Teatro Di Praga, não poderia trazer à tona assunto mais atual.
O tom cômico da peça se dá a partir da relação entre Don Giovanni e seu serviçal Leporello. A todo o momento o servo tenta alertar o patrão sobre os riscos que ele corre se envolvendo com mulheres casadas e donzelas, cujos pais juram morte ao sedutor a cada uma de suas investidas. É considerada uma das obras-primas da história das óperas. O espetáculo terá três récitas.
A organização é da Matiz Eventos, que elaborou o projeto e executa toda a produção artística numa parceria com a Fundação Dom Pedro II – prefeitura de Ribeirão Preto. O projeto foi aprovado pelo Ministério da Cultura (MinC) – via Lei Rouanet – e apoiado por empresas e pessoas físicas da cidade e da região.
O evento conta com patrocínio das seguintes empresas: Usina da Pedro, São Martinho, Ambient, São Francisco Saúde, NTC Frotas, Pratinha, Santa Helena, Pinguim, UniDBSCO Grupo SEB, Instituto Ribeirão 2030 e Monreale Hotel Ribeirão Preto, com a realização do Fundo Nacional da Cultura, Matiz Eventos, prefeitura de Ribeirão Preto, Fundação Dom Pedro II e Ministério da Cultura.