Na primeira entrevista coletiva desde a posse, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou nesta terça-feira (26) que a rescisão de delações premiadas não deve invalidar provas coletadas por meio do acordo. O posicionamento coincide com o de seu antecessor, Rodrigo Janot.
“No tocante às provas, me parece que a lei é clara no sentido de que a rescisão do acordo não invalida a prova produzida no âmbito da delação premiada”, afirmou a procuradora-geral.
Dodge ainda reforçou que o momento na PGR (Procuradoria-Geral da República) é de estudo de todas as delações já firmadas e encaminhadas. “Muitas não foram homologadas ainda, então estamos conhecendo esse material. Algumas providências já foram feitas ao longo dessa última semana a respeito de cada um desses casos.”
A possibilidade de anulação de provas fruto de delação premiada foi cogitada depois que o então procurador-geral, Rodrigo Janot, anunciou investigação para apurar possível omissão no acordo feito entre os delatores da JBS e a PGR. A delação dos executivos da JBS embasa parte da segunda denúncia da PGR contra o presidente Michel Temer (PMDB.
Questionada sobre vazamentos do conteúdo de delações em curso, Dodge falou que a lei determina o sigilo sobre as tratativas e as provas colhidas. Portanto, disse, esperará que o Judiciário autorize a revelação das informações para distribuí-las à imprensa.