Tribuna Ribeirão
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Documentos da CIA não afetam prestígio das Forças Armadas

O ministro da Segurança Pú­blica, Raul Jungmann, disse nesta sexta-feira, 11, que a divulgação de documentos da CIA de 1974, que acusam o ex-presidente Er­nesto Geisel de ter endossado a execução de presos políticos du­rante a ditadura militar, não afeta o “prestígio” das Forças Armadas. Ex-ministro da Defesa, Jung­mann disse que o governo ainda não teve acesso ao documento de forma oficial, mas afirmou que alguma medida deve se tomada.

“O governo não tem conhe­cimento desses documentos, não estamos desconsiderando (o documento da CIA), mas precisamos ter acesso de forma oficial. O prestígio das Forças Armadas permanecem nos mesmos níveis. As Forças Ar­madas são um ativo democrá­tico, isso não é tocado por uma reportagem”, afirmou.

A polêmica se deu diante da divulgação de um memo­rando escrito em abril de 1974 por William Colby, então di­retor da Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos, no qual ele afirma que o ex-presidente Ernesto Geisel (1974-1979) decidiu manter a política de “execução sumária” de opositores do regime militar praticada pelos órgãos de se­gurança durante a presidência de Emílio Garrastazu Médici (1969-1974).

Ex-ministro da Defesa, Jungmann foi evasivo, no en­tanto, quando questionado so­bre quais ações efetivamente de­vem ser tomadas pelo governo brasileiro. “Não tivemos acesso a documentos oficiais. Não é minha área, não é decisão mi­nha. Alguma medida deve ser tomada, mas não é da minha área. Não sou mais ministro da Defesa, quem deve tomar essa decisão são responsáveis pela área”, complementou.

As declarações foram dadas durante coletiva de imprensa, no Ministério da Justiça, para o lançamento da Operação Tira­dentes II – uma força-tarefa de 24 horas de todas as forças militares estaduais para ações de seguran­ça pública. Por conta disso, esta­va presente também o secretário Nacional de Segurança Pública, general Santos Cruz, que relacio­nou a divulgação às “eleições” e “interesses políticos”.

“Tem de ler com bastante profundidade esse documen­to e não ficar só na manchete, né? Esse ano é um ano eleito­ral, uma eleição que vem com pesquisas…foram publicadas várias notícias de que um nú­mero maior de militares está participando nessa próxima eleição. Então tem tudo isso aí. Tem que ver também interesses políticos nesse tipo de divulga­ção… Tem que ver o contexto político em que isso aí está co­locado”, afirmou.

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