O Hemocentro de Ribeirão Preto está com todos os estoques de sangue abaixo do nível de segurança para atender à demanda da região. Nesta terça-feira, 12 de janeiro, registrava, às 11h20, cinco bolsas de sangue do tipo A negativo (A-), quando o mínimo necessário para atender à demanda é de 38. O tipo O negativo (O-, doador universal) tem apenas 17 bolsas e para manter o atendimento com segurança é preciso ter ao menos 72.
Na segunda-feira (11), o Hemonúcleo de Franca enviou oito bolsas de sangue para atender à demanda de hospitais em Ribeirão Preto. “Nós estamos recebendo doadores insuficientes, por isso, às vezes pedimos bolsas aos hemonúcleos”, explica a captadora Leiva Vieira. Para realizar um transplante de fígado, por exemplo, a equipe médica precisa ter volume de bolsas disponíveis para uso imediato. Há casos em que cerca de 30 bolsas são utilizadas.
A rede Hemocentro, com nove unidades e núcleos, atende a cerca de 150 hospitais em quase 250 cidades. Nessa região, moram mais de seis milhões de habitantes. Eliane Valocci Teixeira é doadora há cinco anos. Ao menos três vezes por ano, ela senta em uma das poltronas do Hemocentro para doação de sangue. Ontem, levou a filha Lívia de Oliveira pela segunda vez.
“Minha mãe sempre estimulou a doação e hoje estamos juntas aqui”. “Estímulo a todos que posso, a fazer a doação de sangue. A última vez que doei foi em setembro de 2020 e agora no começo de 2021 estou doando novamente. Se todos fizessem, não faltaria sangue para tratar tanta gente”, afirma.
Elas foram levadas para conhecer a sala de transfusão com cerca de 15 pacientes, que vão receber o sangue doado por doadores que nunca vão conhecer. O sangue doado passa por vários processos e exames antes de ser transfundido. “A gente fica emocionada de ver o que podemos fazer para alguém quando doamos sangue”.
O doador pode optar por ir ao Posto de Coleta na rua Quintino Bocaiuva nº 470, em Higienópolis, na região central de Ribeirão Preto, ou na Unidade Campus da Universidade de São Paulo (USP), próximo ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina.
O funcionamento do Posto de Coleta é das sete horas às 12h30. Na Unidade Campus, vai das sete horas às 16h30. O doador pode ir direto a um desses locais ou, se preferir, agendar pelo 0800.979.6049 ou pelo site hemocentro.fmrp.usp.br.
Todos os protocolos de segurança contra a covid-19 foram implantados pelo Hemocentro para garantir a segurança de doadores, pacientes e funcionários.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o número de doadores de sangue de um país seja de 3% a 5% do total da população.
No Brasil, porém, de acordo com dados do Ministério da Saúde, este índice está abaixo de 2%. Entre outros, um dos requisitos básicos para ser um doador é ter entre 16 e 69 anos desde que a primeira doação seja realizada até os 60 anos (menores de idade precisam de autorização e presença dos pais no momento da doação).
Também deve estar em boas condições de saúde, pesar no mínimo 50 quilos e não ter feito uso de bebida alcoólica nas últimas doze horas. Na hora da doação, deve apresentar um documento oficial com foto – Registro Geral (RG, a cédula de identidade), Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e etc. – em bom estado de conservação. Após o almoço ou ingestão de alimentos gordurosos, aguardar três horas. Não é necessário estar em jejum.
Banco de sangue
O Banco de Sangue de Ribeirão Preto está operando com apenas 35% da sua capacidade de estoque, ou seja, com um déficit de 65%. “Assim como as pessoas saem de casa com cuidado para suas rotinas diárias, precisamos urgente que elas incluam em suas atividades o ato solidário de doar sangue”, alerta Eli Mendes, líder de captação do Banco de Sangue de Ribeirão Preto.
Para se ter uma ideia do tamanho dessa necessidade, as plaquetas retiradas de uma doação têm validade de até cinco dias e conseguem atender um paciente de até dez quilos de massa corporal. Portanto, para pacientes adultos são necessários em torno de sete a oito doadores em média.
“Nossos estoques estão em estado crítico, impactando diretamente no atendimento dos mais diversos tratamentos, como pacientes com câncer que transfundem muita plaqueta, já nas cirurgias de grande porte como transplantes ou cardíacas, os pacientes transfundem muitas hemácias, por exemplo”, diz Mendes, ressaltando que o Banco de Sangue precisa de 70 doações diárias para regularizar os estoques e evitar atrasos ou impacto no atendimentos.
O Banco de Sangue fica na rua Quintino Bocaiúva nº 895, na Vila Seixas (atrás do Hospital São Lucas). O telefone é o (16) 3610-1515 e o WhatsApp (16) 99702-830. O atendimento vai das sete às 18 horas, de segunda a sábado (exceto feriados) – aos doadores, estacionamento gratuito na esquina das ruas Quintino Bocaiúva e Vicente de Carvalho.