Tribuna Ribeirão
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Dissídio coletivo deve definir futuro de greve

A greve dos servidores pú­blicos de Ribeirão Preto, que nesta quarta-feira, feriado de Primeiro de Maio, Dia Mun­dial do Trabalho, entra em seu 22º dia e já é a mais longa da história do funcionalismo mu­nicipal, deve ser definida por meio de dissídio coletivo. Nes­ta quinta-feira (2), às 13 horas, haverá audiência de concilia­ção no gabinete do vice-presi­dente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP), desembar­gador Artur Marques da Silva Filho. Se não houver acordo, o caso será decidido no Órgão Especial da Corte Paulista.

Na audiência de quinta-fei­ra, o desembargador vai ouvir primeiro os argumentos da prefeitura, que mantém a pro­posta de “reajuste zero” por ter ultrapassado o limite pruden­cial da Lei de Responsabilida­de Fiscal (LRF) para despesa com pessoal – varia de 51,3% a 54%, e o governo Duarte No­gueira Júnior (PSDB) afirma que já atingiu 55,8%. O gestor que desrespeita o teto pode responder por improbidade administrativa.

A prefeitura diz que extra­polou o teto por causa de uma decisão do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE -SP), que no ano passado pas­sou a contabilizar os repasses feitos ao Instituto de Previdên­cia dos Municipiários (IPM) como gasto com folha de pa­gamento. Depois, será a vez do Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis (SSM/ RP) expor os motivos da greve.

A entidade questiona os dados da administração e já divulgou um relatório do pró­prio TCE-SP que indica gastos de 46,24% com a folha em de­zembro do ano passado – de aproximadamente R$ 2,31 bi­lhões da receita corrente líqui­da (RCL), usou R$ 1,06 bilhão com pessoal. No entanto, se­gundo a Secretaria Municipal da Fazenda divulgou anterior­mente, a despesa com o IPM ainda não havia sido conta­bilizada neste balanço. Mas o SSM/RP entende que é dever do gestor encontrar saídas para não prejudicar o trabalhador.

Se a audiência de quinta-feira terminar sem acordo, o desembargador Silva Filho vai nomear um relator para a ação, que irá analisar toda a documentação apresentada pela prefeitura e pelo sindi­cato para depois encaminhar o relatório ao Órgão Especial do TJ/SP, um colegiado de de­sembargadores que vai julgar a legalidade da greve – se é abu­siva ou não.

Em 23 de abril, o juiz Gus­tavo Müller Lorenzato, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Ribeirão Preto, que conce­deu duas liminares em ações impetradas pela prefeitura e pelo Departamento de Água e Esgotos (Daerp) e restringiu a greve dos servidores munici­pais, anunciou incompetência do juízo de primeira instância para avaliar movimentos pa­redistas e encaminhou o caso para o TJ/SP.

Ele suspendeu a multa di­ária de R$ 20 mil em caso de desobediência por parte do Sindicato dos Servidores, mas manteve as demais sanções. Uma das liminares determina a manutenção de 100% dos trabalhadores em atividade nas secretarias municipais da Saúde, Educação e Assistên­cia Social. A medida também prevê que sejam mantidos 50% dos funcionários nas demais repartições, inclusive com es­cala emergencial de trabalho para evitar danos à população.

No dia 10 de abril, o ma­gistrado já havia ampliado a quantidade de repartições do Daerp que devem manter 100% do efetivo. No total, as decisões atingem mais de 90% dos 850 funcionários da autar­quia. Ele não proibiu piquetes, mas autorizou o uso da força policial em caso de vandalis­mo ou violência. Ribeirão Preto tem 9.204 funcionários na ativa e mais 5.875 apo­sentados e pensionistas que recebem seus benefícios pelo IPM. A folha de pagamento é de aproximadamente R$ 61,1 milhões mensais, e a do órgão de previdência gira em torno de R$ 40 milhões.

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