Suspeito estava escondido numa mata e saiu para comprar pinga; durante interrogatório, admitiu ter matado mais uma mulher
A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de São Carlos descobriu, nesta segunda-feira (11), mais um corpo enterrado em uma casa frequentada por usuários de drogas no bairro Cidade Aracy II, naquela cidade. Foi o terceiro corpo encontrado no local.
O caso começou a ser investigado no dia 21 de fevereiro, quando familiares de uma mulher foram até a DIG relatar o desaparecimento dela, que tinha histórico de envolvimento com drogas. Os policiais iniciaram as investigações.
No dia 04 de março, receberam a informação de que havia uma edícula, aparentemente abandonada, que estaria sendo usada por usuários de drogas. Foram até o local e perceberam que havia terra revirada.
Os investigadores começaram a cavar e descobriram que havia um corpo no local. Acionaram o Corpo de Bombeiros que retirou o corpo de um homem. Durante os trabalhos de investigação, foi notado que havia outro ponto com terra revirada e novamente cavaram naquele local, encontrando então o corpo de uma mulher.
Um homem que usava a residência passou a ser o principal suspeito dos homicídios, contudo, ele conseguiu fugir. Dias depois, os corpos foram identificados: um homem de 24 anos e uma mulher de 45, ambos usuários de drogas.
Nenhum dos dois, no entanto, era a pessoa que deu origem às investigações e os trabalhos continuaram. A prisão preventiva do suspeito foi pedida pela DIG. No dia 08 de abril, o suspeito voltou a circular pelo bairro. Saiu da mata onde ficou todo o tempo escondido para comprar aguardente.
A DIG estava se aprofundando nas investigações e, tão logo soube que o homem estava fora da mata, armou uma operação e conseguiu prendê-lo. Foi encaminhado à uma unidade prisional. Na manhã de ontem, conduzido para interrogatório na sede da especializada, admitiu ter matado mais uma mulher.
O suspeito concordou em ir com os policiais civis até o local e indicar onde havia enterrado. O corpo foi localizado. Era de uma mulher e estava em adiantado estado de decomposição. O delegado responsável pelo caso, João Fernando Baptista, suspeita que se trata da mulher desaparecida em fevereiro. Ele acredita que o crime teria acontecido em 12 de fevereiro.
O delegado deve pedir exame de DNA para atestar a identidade do corpo encontrado. O homem teve prisão temporária decretada e permanecerá à disposição da Justiça. As investigações prosseguem para confirmar a identificação da terceira vítima e descobrir se o homem teria assassinado outras pessoas.
Reconhecimento
A família da mulher desaparecida, que deu origem à investigação, reconheceu no Instituto Médico Legal de São Carlos o corpo encontrado ontem. Segundo os familiares, o corpo era mesmo da mulher desaparecida e que deu origem à investigação. Ela tinha 26 anos e histórico de envolvimento com drogas. Morava no mesmo bairro onde foi assassinada. O reconhecimento se deu através de tatuagens e ocorreu no final da manhã desta terça-feira (12).
Por: Adalberto Luque
(Reportagem atualizada às 15h45 de 12/04)