Tribuna Ribeirão
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Dias procurou a Davati para tratar da compra de vacinas

EDILSON RODRIGUES/AGÊNCIA SENADO

O representante da empre­sa Davati Medical Supply no Brasil, Cristiano Carvalho, dis­se nesta quinta-feira, 15 de ju­lho, em depoimento à Comis­são Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, que foi procurado pelo então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, para tra­tar da compra de vacinas.

O nome de Cristiano Car­valho foi citado durante depoi­mento à CPI pelo policial mi­litar e vendedor autônomo da Davati Luiz Paulo Dominguetti. Na ocasião, Dominguetti relatou atuar nas tratativas para a venda de 400 milhões de doses da vaci­na da AstraZeneca ao governo federal em nome da empresa Davati e que Dias teria pedido propina de US$ 1 por dose.

Em depoimento à CPI, o ex-diretor negou ter pedido vantagens para a aquisição de vacina contra a covid-19. Car­valho disse que Dias começou a mandar mensagens para ele em 3 de março. Nas men­sagens, Dias se apresentava como diretor de Logística do ministério e pedia uma con­versa. Foram várias mensagens e duas ligações via aplicativo de mensagens.

“Não retornei a primeira mensagem. Eu estava abso­lutamente incrédulo que era um funcionário do Ministério da Saúde entrando em conta­to comigo. Ele se apresentou como diretor de Logística e eu fui checar, estava achando que era fake news”, disse.

Carvalho também con­tou que começou a ter contato com Dominguetti em fevereiro, quando o policial militar disse estar interessado na compra de vacinas. O representante da Da­vati também afirmou não saber como Dominguetti teve acesso a Dias para negociar vacinas.

“Eu sempre fui incrédulo [em relação à] comercialização de vacinas. Nunca dei mui­ta atenção para isso, comecei a dar um pouco de atenção quando começaram a chegar a mim contatos oficiais do Ministério da Saúde, e-mails, telefonemas. Aí, comecei a dar maior atenção”, afirmou.

Durante seu depoimento, Carvalho também leu uma carta enviada por Herman Cardenas, presidente da Dava­ti nos EUA, para o então secre­tário executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco. O do­cumento apresentava a vacina da Johnson & Johnson como uma solução “mais econômica e com menor prazo de entrega para o governo brasileiro”.

Carvalho também relatou o encontro de que participou no Instituto Força Brasil, presidido pelo coronel da reserva Helcio Bruno de Almeida, na qual es­tavam presentes o reverendo Amilton Gomes, presidente da Secretaria Nacional de Assun­tos Humanitários (Senah) e re­presentante do ministério.

Segundo Carvalho, após a reunião, Dominguetti usou o termo “comissionamento” para falar sobre o suposto pe­dido de propina. “Ele se referiu a esse comissionamento como vindo do grupo do tenente-co­ronel Blanco [coronel Marcelo Blanco, ex-diretor substituto do Departamento de Logísti­ca do Ministério da Saúde] e a pessoa que tinha apresentado ele ao Blanco, chamada Odi­lon”, disse.

Carvalho também disse que se reuniu com Elcio Fran­co para tratar da venda das va­cinas e que a reunião foi inter­mediada pelo coronel Helcio Almeida. Ele disse ainda deu um ofício para que o reveren­do Amilton Gomes represen­tasse a Davati na operação de compra das vacinas. Ques­tionado sobre a remuneração para o reverendo, Carvalho disse que Amilton tinha essas tratativas com Dominguetti e que o pagamento estava sendo chamado de “benefício”.

O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), lembrou que Franco, quando era secretário executivo do Ministério da Saúde, foi designado como um dos únicos responsáveis pela compra de imunizantes. Para Aziz, o comportamento de Franco foi diferente na nego­ciação de outras vacinas como a Pfizer e a Coronavac.

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