Essa segunda-feira (24/3) é o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, data dedicada à conscientização sobre a prevenção, os sintomas e o tratamento da doença.
Apesar de ter cura, a tuberculose ainda é endêmica no Brasil e é de fácil transmissão, conforme explica a pneumologista da Santa Casa BH, Michele Andreata.
“A tuberculose pode ser transmitida pela tosse, espirro, fala de pessoas que têm a forma ativa pulmonar. A transmissão geralmente acontece em locais fechados, mal ventilados e com a alta aglomeração de pessoas. Os principais sintomas são tosse persistente por mais de três semanas, com febre, expectoração amarelada, podendo ter rajas de sangue e acompanhado de um suor noturno, com perda de peso inexplicada e uma febre baixa que geralmente passa despercebida, porque ela acontece no final do dia. As populações mais vulneráveis são aquelas com o sistema imunológico comprometido, como as portadoras de Aids e aquelas pessoas consideradas desnutridas. Ou com doenças autoimune. Os locais também com alta aglomeração de pessoas, como asilos e prisões, são locais que geralmente propiciam essa disseminação, que pode aumentar também pela baixa adesão ao tratamento ou abandono do tratamento pelas pessoas já diagnosticadas com a doença.”
Outro motivo para a presença da tuberculose, de acordo com a médica, é o medo do diagnóstico e o abandono do tratamento.
“Está também relacionado à demora no diagnóstico. porque as pessoas demoram e têm medo de serem diagnosticadas com tuberculose. Sendo que o tratamento é totalmente ofertado, e somente é ofertado pelo SUS. As formas mais graves dessa doença podem ser prevenidas com uma medida simples: a vacinação de BCG. Ela é oferecida no SUS e principalmente para os recém-nascidos.”
Segundo o painel “Epidemiologia e Desigualdades – doenças e agravos na população para raça e cor”, do Ministério da Saúde, em 2023, dos 84.593 casos de tuberculose confirmados no Brasil, cerca de 60% foram registrados entre pretos e pardos, enquanto a população branca representou 23,38%. Além disso, a análise do desfecho de tratamento indica que as pessoas pretas e pardas interrompem o tratamento com maior frequência entre os casos novos da doença.