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Dia Mundial da FOTOGRAFIA

JF PIMENTA

“Uma imagem vale mais que mil palavras”. Essa é uma expressão popular atribuída ao filósofo chinês Confúcio, utili­zada para transmitir a ideia do poder da comunicação através das imagens. A fotografia é, sem dúvida, uma das mais im­portantes, formas de explicar algo substituindo, ou agregan­do sentimentos, às palavras es­critas ou faladas.

Na última quarta-feira, dia 19, foi comemorado o Dia Mundial da Fotografia. No mesmo dia, em 19 de agosto de 1839, a Academia Francesa de Ciências apresentou a primeira câmera fotográfica funcional do mundo: o daguerreótipo.

JF PIMENTA

O equipamento foi criado por Louis Daguerre em 1837 tendo como base as descober­tas de Joseph Niépce que havia conseguido, em 1826, registrar a primeira imagem perma­nente em um processo que ele chamava de heliografia. Niép­ce morreu em 1833, antes do lançamento da invenção que mudaria o mundo. Daguerre cedeu a patente da câmera para o governo francês que, por sua vez, tornou o processo de do­mínio público.

De lá para cá a fotografia sofreu alterações e muita evo­lução. Nesse período tornou-se instrumento profissional, de lazer e recreação. Hoje os re­gistros fotográficos, das mais variadas formas, fazem parte do nosso cotidiano.

Dom Pedro II, o primeiro fotógrafo brasileiro
Dom Pedro II foi um entusiasta da fotografia e o primeiro brasileiro a possuir um daguerreótipo, e, provavelmente, o primeiro fotógrafo nascido no Brasil. Devido ao seu interesse no assunto, implan­tou e ajudou decisivamente o desenvolvimento da fotografia no país. Sua filha, a princesa Isabel foi aluna do fotógrafo alemão Revert Henrique Klumb.

ALBERTO HENSCHEL/DOM JOÃO DE ORLEANS E BRAGANÇA

Ao ser banido do país, em 1889, pelos repu­blicanos, Pedro II doou à Biblioteca Nacional a coleção de cerca de 25 mil fotografias, que então denominou, juntamente com a coleção de livros, de Coleção Dona Theresa Christina Maria. Parte dessa coleção pode ser acessada no site http://brasilianafotografica.bn.br/

O bom filho a casa torna. O ditado popular é utilizado pelo fotógrafo JF Pimenta, ao mencionar que começou sua carreira no Tribuna, e depois de passar por outros veículos, retornou ao seu primeiro emprego na profissão. Entrevistamos Pimenta que conta um pouco dessa trajetória de 20 anos de fotojornalismo.

Um bate papo com JF Pimenta

FÁBIO MELO

Tribuna – O que te levou ao fotojornalismo?
JF Pimenta – No começo dos anos 2000 o jornalis­mo me chamava à atenção. Comecei uma nova era e marcante experiência, tanto na fotografia quanto na vida pessoal. Assim como o slogan na época do jornal Tribuna entrei com a “Cara e Coragem” para exercer o fotojornalismo. O equipamento que tínhamos para uso era a Mavica, que foi a primeira máquina fotográfica digital no mercado brasileiro, ainda com o uso de dis­quetes. Lembro-me de uma pauta esportiva que cobria na Recreativa, um torneio de tênis que, para conseguir por a bola do jogo em cena, tive que usar além da visão, a audição e cálculo de tempo. Quando um tenista bateu na bola eu cliquei a Mavica na direção do outro tenista. Só assim consegui por a bola em cena.

Tribuna – E depois, como foi sua andança profissional?
JF Pimenta – Passei pelo jornal A Cidade, revista Nossa Trilha e Imprensa Oficial de Ribeirão Preto. Foram muitas fotos publicadas em vários veículos, como jornal Enfim, Folha de S. Paulo, Revide, Exame, Veja, Istoé, Ca­ras, portal Terra e outros. Em 2018, fui convidado para participar como jurado do 6º Salão Nacional de Arte Fo­tográfica de Ribeirão Preto. Em 2019 e 2020, participei novamente como jurado do 7º e 8º Salão Internacional de Arte Fotográfica de Ribeirão Preto.

Tribuna – O que é a fotografia para você?
JF Pimenta – Considero a fotografia como o meio mais perfeito para reproduzir as mais diversas manifestações culturais. Por meio da fotografia, surgiu o cinema e a TV. A fotografia é tão presente e importante para as pessoas que é quase impossível imaginar uma família ou um grupo de amigos que nunca tenha sido fotografado. Assim que a fotografia foi inventada, iniciou-se uma nova história do mundo, sendo um instrumento na busca da própria identidade.

Tribuna – Atualmente temos muito acesso aos smartphones e aplicativos de fotografia. Virou uma rotina. O que você pensa a respeito?
JF Pimenta – Acredito na democratização, tanto pelo avanço técnico quanto pela praticidade de criação e di­vulgação. No entanto, diante de uma produção tão gran­de, é fundamental separar uma foto boa de uma imagem sem qualidade. O envolvimento do fotógrafo profissional com o assunto retratado é de grande relevância. Existe o pensamento de que a popularização trouxe fatores negativos, como a desvalorização do ofício e até mesmo da fotografia. Porém, a popularização também resultou em crescente diversificação e troca de informações no âmbito fotográfico. De qualquer forma, o que observo é que, em razão do grande aumento da produção da foto­grafia, seja por amadores e profissionais, os fotógrafos devem elevar a qualidade das suas produções no aspec­to técnico, estético e conceitual, criando um diferencial e expressando o real valor de suas imagens.

Tribuna – O que te mantém motivado em busca de boas imagens?
JF Pimenta – O que sempre me atraiu na fotografia e na profissão é justamente poder acompanhar e registrar o dia a dia da cidade e fatos de relevância social e históri­ca, além do trivial, fotografando as belezas da cidade e suas mazelas, conhecendo pessoas e um pouco de cada história. Registrar momentos de emoções vivencia­dos por cada um é um grande prazer. Nesses 20 anos dedicados à fotografia jornalística, meus sentimentos e sentidos foram apurados. Através da lente, me sinto como um olho da história.

Veja alguns registros de JF Pimenta

O resgate do menino José, salvo após soterramento. Foto premiada e considerada um dos momentos marcantes na vida do fotógrafo. “Me emocionei ao ver o menino renascer na terra”Flagrante do fenômeno raro conhecido como roll cloudFoi em um Dia das Crianças que JF Pimenta clicou a diversão da garotada na fonte da Praça XV de Novembro, em Ribeirão PretoMotorista ilhado durante enchente na avenida Francisco JunqueiraO atleta olímpico Serguei Fofanoff, o Guega, durante salto com o famoso cavalo Pegasus Agricultor do Movimento Sem Terra na Fazenda da Barra. “Essa foto me lembra as obras de Cândido Portinari, nas suas devidas proporções”

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