O próximo dia 27 de janeiro é estabelecido pela Organização das Nações Unidas – ONU, como Dia em Memória das Vítimas do Holocausto. Esta, sem dúvida alguma, tem de ser uma data a ser perpetuada no calendário e no coração da humanidade para sempre! É importante que as pessoas se lembrem do que ocorreu neste período sombrio da história da humanidade para que nunca mais volte a se repetir.
Infelizmente, o número de sobreviventes está diminuindo. E, mesmo com os seus testemunhos, apenas 70 anos depois do término da Segunda Guerra Mundial, há pessoas que desejam ludibriar a opinião pública dizendo que está barbárie não ocorreu! Ou seja, corremos um grande risco caso não nos esforcemos para passar a história correta de geração em geração.
Há mais de três mil anos lembramos da saída dos judeus do Egito exatamente como foi. Isso ocorre pela força de nossa fé e tradições. Traçando um paralelo, é importante que também nos lembremos, por milhares de anos, exatamente do que aconteceu no Holocausto para que as futuras gerações não sejam vítimas das atrocidades inacreditáveis que o ser humano pode fazer ao próximo. E, para tal, é muito importante sempre estarmos ligados às nossas raízes.
Sou descendente de sobreviventes do Holocausto. Meus avós paternos, nascidos na Alemanha, foram expulsos de casa com a roupa do corpo, mas conseguiram fugir ao Brasil. Já meus avós maternos passaram a guerra inteira na Romênia, escondendo-se em vários lugares, e, também, milagrosamente, se salvaram. Ao final, vieram para cá. Encontraram no Brasil uma terra acolhedora, de paz e de povo amistoso. Aqui montaram um lar, constituiram família e deixaram descendentes.
Desejo aos sobreviventes que possam ter muita saúde para poderem, por muitos anos ainda, difundirem o que aconteceu a fim de que nunca, mas nunca mais mesmo, se repita. E, a nós, a nova geração, perpeturar esta lembrança tão dura, tão cruel, mas tão relevante para que ninguém mais neste mundo – seja de qual origem for – sofra agruras pelo simples fato de pertencer a um povo.