Tribuna Ribeirão
Economia

Dia dos Namorados – Vendas do varejo devem crescer 5,7%

JF PIMENTA/ARQUIVO

Depois de um mês do Dia das Mães de prejuízos, o Dia dos Namorados deve trazer re­sultados melhores para o varejo paulista em junho: uma previ­são da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomer­cioSP) mostra que o setor deve arrecadar 5,7% a mais do que junho de 2020 – quando, mes­mo já em meio à pandemia de covid-19, os varejistas viram suas receitas subirem 2,8% em relação ao ano anterior.

Desta forma, ao menos na comparação anual, junho ainda não será um mês de recupe­ração; mas, de crescimento. O cálculo foi feito considerando um cenário em que, ao menos a partir da segunda quinzena de junho, o Plano São Paulo estará em uma fase ainda mais flexível para o comércio, com ampliação do horário de funcionamento dos estabelecimentos e das capa­cidades de ocupação.

Em Ribeirão Preto, po­rém, o crescimento pode ser menor por causa do lock­down e das medidas restriti­vas impostas pela prefeitura, que começaram em 27 de maio e só terminam neste domingo, 6 de junho. Para a federação, a previsão de cres­cimento do faturamento do varejo não dependerá apenas do Dia dos Namorados.

Apesar da expansão de muitas atividades ligadas à data, o que vai impactar o setor positivamente é o efei­to que a demanda reprimida terá sobre o consumo. Com a liberdade de circulação res­trita significativamente até agora, as pessoas terão mais possibilidades de voltar às compras no mês que vem, quando as medidas estarão mais flexíveis.

Não é à toa que, entre to­das as atividades que com­põem o levantamento, a que deve faturar mais é aquela na qual está englobada o grupo de combustíveis (Outras Ati­vidades), com expansão de 15,4%. Para além da deman­da reprimida, o bom desem­penho também deve ocorrer na esteira da chegada de um novo período de vigência do auxílio emergencial.

A antecipação da primeira parcela do décimo terceiro sa­lário para aposentados e pen­sionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e, em Ribeirão Preto, do Instituto de Previdência dos Municipiários (IPM), também devem aque­cer as vendas. Segundo estima­tivas do Ministério da Econo­mia, a medida deve injetar R$ 52,7 bilhões na economia do país. Já o IPM pagou nesta R$ 22,1 milhões para 6.480 servi­dores municipais.

Para a FecomércioSP, o contexto também é de maior confiança dos consumidores em retornar às compras após tanto tempo em quarentena. É assim que atividades que já têm colecionado meses com bons faturamentos vão manter a toada, como as lojas de materiais de construção (15,2%) – que têm sido bene­ficiadas tanto pelo momento da construção civil e das ven­das imobiliárias, quanto pela demanda das pessoas por re­formas domésticas.

Se for confirmada, a previ­são é que o varejo paulista fa­ture cerca de R$ 69 bilhões em junho, superando tanto o de­sempenho do mesmo mês de 2020 – que foi o segundo me­lhor em vendas daquele pri­meiro semestre – quanto o de 2019, no mundo sem pande­mia, cuja alta agora é de 8,7%.

Chama atenção ainda que, no cenário sem a injeção de cerca de R$ 1,5 bilhão do auxílio emergencial no orça­mento das famílias em junho, o varejo em São Paulo tam­bém registraria crescimento, ainda que menor: 3,3%. É a primeira vez, desde o início da pandemia, que o dinheiro do benefício federal não tem protagonismo na determina­ção do consumo no Estado, apesar da contribuição im­portante que ainda aporta.

Namorados vão às compras
O mês dos namorados será, na leitura da Fecomer­cioSP, o primeiro desde o iní­cio da pandemia em que uma data comemorativa impacta efetivamente sobre as vendas do comércio. Isso porque, ao observar as atividades mais sensíveis a ela, como as per­fumarias, por exemplo, al­gumas vão, de fato, registrar crescimentos que seriam co­muns em um contexto sem pandemia.

O caso mais expressivo é o das próprias perfumarias, que vão faturar perto de R$ 6 bilhões em junho – número que é 14,1% maior do que o registrado em 2020. Da mes­ma forma, as lojas de roupas e calçados vão crescer 3,9% na comparação com o mes­mo mês do ano passado, ar­recadando R$ 2,5 bilhões, o que é uma ótima notícia para um segmento profundamen­te afetado pela crise de co­vid-19.

E, apesar da queda de 10,3% prevista para as vendas de eletrodomésticos e eletrôni­cos, a soma dessas atividades sensíveis ao Dia dos Namo­rados é positiva: alta de 1,3% em relação a junho de 2020 e de 11% na comparação com o mesmo mês de 2019.

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