Ainda em meio a um quadro de atividade econômica desaquecida, o apetite de gastos do brasileiro este ano deve ser mais moderado ao ir às compras no Dia dos Namorados. Um levantamento feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em todas as capitais mostra que seis em cada dez consumidores (63%) esperam presentear alguém na data, o que representa aproximadamente 98,7 milhões de pessoas – número que se mantém estável na comparação com o ano passado.
Os dados também mostram que no ano passado, 57% adquiriram presentes. Para este ano, a expectativa é de que sejam injetados cerca de R$ 12,53 bilhões na economia. Em média, o consumidor planeja desembolsar R$ 126,98 com os presentes do Dia dos Namorados, ante R$ 166,87 em 2018 – queda de 23,9% (ou R$ 39,89 a menos), já descontada a inflação acumulada do período.
Importante notar que 15% ainda não decidiram o valor que será gasto. Para um terço (34%) dos entrevistados, a intenção é gastar a mesma quantia do ano passado, enquanto 28% mais. Outros 17% esperam diminuir o valor gasto, principalmente as mulheres (26%). Quanto à forma de pagamento, 59% disseram que pretendem pagar a compra à vista, especialmente em dinheiro (38%) e 39% preferem parcelar.
De acordo com o levantamento, seis em cada dez (63%) consumidores garantem que comprarão um único presente, enquanto 27% pretendem adquirir dois ou mais itens. Mais da metade dos consumidores tem a percepção de que os produtos estão mais caros este ano; 76% pesquisarão preços antes de comprar. Quase seis em cada dez entrevistados (56%) têm a percepção de que os produtos estão mais caros do que no ano passado.
Outros 38% acreditam que os presentes se mantiveram na mesma faixa de preço e apenas 5% acham que os produtos estão mais baratos do que em 2018. De olho no bolso, 76% dos consumidores pretendem fazer pesquisa de preço. Entre os que disseram ir em busca de melhores ofertas, 69% pretendem usar a internet como aliada, 48% pesquisarão em shoppings e 43% em lojas de rua.
O simbolismo em torno desta data comemorativa ajuda a explicar a decisão de presentear. A pesquisa constatou que 47% dos que farão compras no Dia dos Namorados consideram o ato de presentear um gesto importante, ao passo que 46% têm o costume de presentear as pessoas que gostam. Os mais lembrados na ocasião serão os cônjuges (59%) e namorados (35%).
Os itens mais mencionados são roupas (30%), os perfumes, cosméticos ou maquiagem (19%), a lingerie ou peça íntima (18%), os calçados (11%) e os tratamentos estéticos, como salão de beleza e barbearia, manicure, depilação (9%). O Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto e Região (Sincovarp) aposta na data para alavancar as vendas. A entidade estima que os apaixonados vão gastar em torno de R$ 100 com os presentes.
Além de produtos de uso pessoal, os namorados soltam a imaginação e criam artigos personalizados. Itens de vestuário, calçados, acessórios, perfumes e cosméticos, os chocolates e as flores também são tradicionais para a celebração. No ano passado, segundo a Pesquisa Movimento do Comércio, realizada pelo Sincovarp, as vendas em junho recuaram 1,95%.
Segundo os números da Pesquisa Hábitos de Consumo feita pela Boa Vista para o Dia dos Namorados, o gasto médio do consumidor com o presente nesta data comemorativa será 5% maior este ano, na comparação com a 2018. Enquanto na data passada o tíquete médio foi de R$ 278, em 2019 os entrevistados esperam gastar R$ 292, ou R$ 14 a mais. A pesquisa identificou ainda que 69% dos entrevistados pretendem presentear o parceiro(a), representando um aumento de dois pontos percentuais em relação ao ano passado.
Pesquisa CNDLSPC
A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas com 894 casos em um primeiro levantamento para identificar o percentual de pessoas com intenção de comprar presentes no Dia dos Namorados. Em seguida, continuaram a responder o questionário 605 casos de consumidores que tinham a intenção de comprar presente no Dia dos Namorados este ano. As margens de erro, respectivamente, são de 3,3 pontos percentuais e 4,0 pontos. para um intervalo de confiança a 95%.