O preço dos produtos e serviços mais procurados para o Dia das Crianças – a terceira data mais importante do calendário varejista, atrás apenas do Natal e do Dia das Mães –, celebrado nesta segunda-feira, 12 de outubro, subiram 3,21% entre outubro de 2019 e setembro de 2020. O aumento ficou abaixo da inflação média medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que foi de 3,6%.
A informação é do coordenador do IPC do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), André Braz, divulgada nesta sexta-feira (9). Algumas despesas comuns na data, porém, superaram a inflação acumulada no período. É o caso dos computadores e periféricos, que subiram 9,24% nos últimos doze meses.
“Subiram muito de preço em função da prática do home office (trabalho em casa), do uso desses equipamentos para ensino a distância e, também, para entretenimento”, explica Braz. Segundo ele, a desvalorização do real frente ao dólar também contribuiu para a alta de preços. O pesquisador Cia ainda hábitos mais ligados a serviços que também subiram acima da inflação média.
Entre eles estão comer fora de casa (3,4%), tomar sorvetes fora de casa (5,9%); refrigerante (4,9%). Quanto aos presentes, tiveram aumento acima da inflação os preços de bicicletas (4,9%) e calçados (4,3%). Os aumentos foram menores em telefones celulares (2%), roupas (2,6%), instrumentos musicais (2,9%) e bonecas (2%). O único item em que os preços baixaram foi o de artigos esportivos (-3,9%).
O comércio varejista deve registrar uma queda de 4,8% no volume vendido para o Dia das Crianças em relação ao mesmo período de 2019, prevê a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Se confirmada, será a primeira retração nas vendas para a data desde 2016, quando houve uma perda de 8,1% ante o ano anterior, já descontada a inflação do período.
As vendas de presentes para o Dia das Crianças devem movimentar R$ 6,2 bilhões neste ano. Mais da metade dessa soma ficará concentrada em São Paulo (R$ 1,77 bilhão), Minas Gerais (R$ 667,3 milhões), Rio de Janeiro (R$ 514,1 milhões) e Rio Grande do Sul (R$ 454 milhões). As principais perdas em relação ao volume vendido no ano passado ocorrerão em brinquedos e eletroeletrônicos, totalizando R$ 1,3 bilhão em vendas, queda de 2,5% ante 2019.
A CNC também prevê queda nas vendas nos setores de livrarias e papelarias, somando R$ 48,1 milhões, recuo de 9,9%; e lojas de vestuário e calçados, num total de R$ 489 milhões, um tombo de 22,1%. O único avanço esperado para a data é do ramo de hipermercados e supermercados, que deverá movimentar R$ 4,4 bilhões, uma alta de 3,2% ante o desempenho de 2019.