A partir de sexta-feira, 23 de fevereiro, o Museu de Arte de Ribeirão Preto (Marp) receberá a exposição de arte contemporânea “Biblioteca: floresta”, um desdobramento do “Projeto Biblioteca Pedro Manuel-Gismondi”, que consiste em inventariar os livros que pertenceram ao artista que dá nome ao espaço cultural. Até 6 de abril, o público poderá conhecer as obras de 18 artistas de diversas localidades do país desenvolvidas em desenho, pintura, performance e outros.
A curadoria da exposição fica por conta de Galciani Neves, que desenvolveu o projeto em parceria com a artista Simone Moraes. No sábado (24), a partir das 10 horas, Galciani e as artistas participarão de um bate-papo sobre a exposição, encerrando com uma visita guiada pelo museu. A entrada é franca e aberta ao público.
O encontro contará com a presença das artistas Aline van Langendonck, Andrea Tavares, Fernanda Porto, Janina McQuoid, Laura Berbert, Lívia Aquino, Lucia M. Loeb, Maíra Dietrich, Mayra Martins Redin, Natalie Salazar, Paloma Durante, Raphaela Melsohn, Raquel Stolf, Regina Parra, Renata Cruz, Santarosa Barreto, Simone Barreto e Simone Moraes.
A proposta da exposição consiste em discutir experimentações que mesclam procedimentos poéticos do campo das artes visuais e da literatura. Assim, textos, narrativas, ficções, palavras são conjugadas no feminino. Em tempos de intensas lutas e discussões que alertam para a desigualdade de gênero, os trabalhos expostos reivindicam um olhar apurado do público para a palavra, como matéria-prima, e para o lugar de fala da mulher na contemporaneidade.
Apropriações de livros, ficções, fabulações imagéticas, áudios, desenhos, pinturas, performances, textos, instalações site-specific integram a mostra. A exposição é uma realização do Marp via Secretaria Municipal da Cultura, viabilizada pela iniciativa privada e é um projeto desenvolvido a partir de inventário das publicações que compõem a biblioteca pessoal de Pedro Manuel-Gismond, um italiano, crítico de arte, que muito contribuiu para o desenvolvimento cultural do Brasil, em especial de Ribeirão Preto, onde residiu a partir de 1969.
“A Biblioteca de Pedro Manuel é muito rica e está sob a guarda do Marp há dez anos. A exposição Biblioteca: floresta é uma das iniciativas deste importante projeto que vai catalogar mais de três mil publicações. Em homenagem a este importante intelectual, possuidor de muitos talentos e atividades, como historiador, crítico de arte e artista, o MARP leva seu nome”, ressalta Nilton Campos, diretor do Marp.
As publicações estão sendo catalogadas, higienizadas, embaladas e acondicionadas. O projeto está sendo realizado por uma equipe especializada e, assim que finalizado, será disponibilizado à pesquisa, preservando a memória dessa personalidade marcante da cultura artística ribeirão-pretana.