Os destroços do avião ATR-72 500 da Voepass Linhas Aéreas (antiga Passaredo Transportes Aéreos S/A) já estão na sede da empresa em Ribeiro Preto. A retirada dos restos da aeronave do local da queda, em Vinhedo (SP), terminou no fim de semana. A companhia também informou que as bagagens foram recolhidas e estão em processo de limpeza e separação. Outros pertences ainda continuam a ser retirados da área do acidente.
A empresa disse que vai se responsabilizar pelos prejuízos do morador da casa atingida na queda da aeronave, no dia 9 de agosto. A Força Aérea Brasileira (FAB) espera apresentar, em cerca de 20 dias, relatório preliminar sobre a investigação do acidente, que causou a morte de 62 pessoas, sendo 58 passageiros e quatro tripulantes (34 homens e 28 mulheres). Em São Paulo, os dois motores do avião são examinados nas instalações da Aeronáutica.
Em Brasília, os peritos continuam os trabalhos de análise das duas caixas-pretas. Na semana passada, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), ligado à FAB, confirmou a extração, com sucesso, das informações dos gravadores de voz da cabine e de dados de voo.
Agora fazem um estudo dos diálogos na cabine entre a tripulação e o controle do espaço aéreo, além possíveis alarmes sonoros. Em outra frente, defensorias e os Ministérios Públicos de São Paulo e Paraná trabalham para garantir indenizações e a liberação do seguro obrigatório às famílias das vítimas.
Nesta terça-feira (20), esses órgãos têm uma nova reunião com a Voepass e a seguradora para tratar desses temas. O Instituto Médico Legal de São Paulo já liberou os corpos das 62 vítimas. Três pessoas com forte ligação com Ribeirão Preto estão entre elas.
A comissária de bordo Rubia Silva de Lima, de 41 anos, é natural de Ribeirão Preto. A médica Sarah Sella Langer atuou na rede municipal de Saúde entre os anos de 2017 e 2022. O comandante Danilo Santos Romano, de 35 anos era casado com a bancária ribeirão-pretana Thalita Machado Santana, de 30 anos.
Também morreram o copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva, de 61 anos; e a comissária Débora Soper Avila, de 28 anos. A comissária de bordo Rúbia Silva de Lima foi sepultada no sábado (17), em Ribeirão Preto.Ela morava em Bonfim Paulista e trabalhava na Voepass havia 14 anos.
O acidente com o ATR-72 500 da Voerpass foi o primeiro com vítimas em solo brasileiro desde o caso do avião da TAM que fazia o voo 3054, em 17 de julho de 2007.
A aeronave saiu de Porto Alegre (RS) e chocou-se contra um prédio da própria companhia depois de derrapar na pista do Aeroporto de Congonhas. Morreram 199 pessoas, 187 a bordo e doze em terra, a maior tragédia da aviação em território nacional.