Tribuna Ribeirão
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Desocupação de área gera polêmica

A prefeitura de Ribeirão Preto entrou em um embate com moradores de uma área ocupada no cruzamento da rua Porto Ferreira com a Descal­vado, na região do Aeroporto Estadual Doutor Leite Lopes, na Zona Norte. Na manhã de 14 de abril, o Departamento Geral de Fiscalização da Se­cretaria Municipal da Fazen­da acionou o contingente do Guarda Civil Metropolitana (GCM), acompanhado de uma retroescavadeira, e reali­zou a derrubada de 15 barra­cos de moradores.

Além disso, os invasores teriam sido notificados sobre o prazo de uma semana para desocupação, sob risco de o trator passar por cima do que estivesse no local. Diante dessa atitude, a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Ad­vogados do Brasil (OAB) en­trou em ação, em prol dos mo­radores da região. De acordo com Antônio Luis de Oliveira, presidente da comissão, nesta comunidade há várias famílias com crianças, com risco de fi­carem desabrigadas em meio à pandemia de coronavírus.

“A nossa interpretação é de que a prefeitura só deveria rein­tegrar essas pessoas mediante uma ordem judicial. Eles estão usando a autotutela do Estado com fins de reintegração, que, ao nosso ver, não se pode che­gar em uma comunidade já estruturada e tomar essa medi­da. Ainda mais em uma situa­ção tão delicada como essa que estamos passando”, comentou.

A União dos Movimentos de Moradia de São Paulo, por meio de sua Coordenação Re­gional de Ribeirão Preto, tam­bém foi a público e denunciou suposta violência contra popu­lação vulnerável. Nesta denún­cia, ressalta que essa atitude de derrubada está “colocando em risco moradores de ocupações, numa situação de calamidade pública em que se encontra o município de Ribeirão Preto, em função da pandemia do coronavírus”.

Em contato com o Tribu­na, Oliveira informou que a responsabilidade pela con­dição de vida dessas pessoas é da prefeitura. “A prefeitura deveria pegar seu corpo téc­nico, sua assistente social e fazer um levantamento, para discutir qual tratamento proceder com essas famílias. Essa integração de forma ar­bitraria da fiscalização geral fere vários princípios da dig­nidade humana e do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)”, complementou o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB.

O Tribuna também entrou em contato com a prefeitura que, por meio de nota, infor­mou que de acordo com a Secretaria de Planejamento e Gestão Pública, algumas das ocupações já existentes estão em processo judicial e outras estão em fase de regularização fundiária. Informa, ainda, que as reintegrações de posse, no que depender da administra­ção, durante o período de pan­demia, não serão realizadas.

Porém, a ocupação de no­vas áreas não é permitida. “No caso da local citado, entre as ruas Porto Ferreira e Descalva­do, trata-se de invasão recente e de acordo com o Departa­mento de Fiscalização Geral, as pessoas foram notificadas para a saída do local e terão orientações pela equipe da Se­cretaria de Assistência Social sobre os serviços disponíveis pela pasta”, finaliza.

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