A cinco dias para eleição da nova Mesa Diretora da Câmara de Ribeirão Preto para o próximo ano, somente um vereador se lançou candidato ao segundo cargo mais importante do município, atrás apenas da função de chefe do Executivo, hoje ocupada pelo prefeito Duarte Nogueira (PSDB). A eleição será na sessão da próxima quinta-feira, 30 de novembro.
Segundo apuração feita pelo Tribuna, o único candidato declarado até o momento é Bertinho Scandiuzzi (PSDB). Nesta sexta-feira(24), ele afirmou que já tinha recebido a adesão de nove parlamentares e trabalhava para conseguir os três votos que estariam faltando.
Entre os que teriam lhe declarado apoio estariam os oito vereadores considerados oposicionistas. Para ser eleito, o presidente precisará receber a maioria absoluta de votos. No caso de Ribeirão Preto, que tem 22 parlamentares, são necessários doze.
O desinteresse em disputar a eleição também foi citado pelo ex-presidente Alessandro Maraca (MBD), Isaac Antunes (PL), Jean Corauci (PSB) e Renato Zucoloto (PP). Nos dois últimos anos, os dois tentaram emplacar seus nomes nas eleições realizadas. Pesquisa feita pelo Tribuna junto a vereadores revela que o principal motivo do desdém à presidência tem relação direta com as próximas eleições municipais – o primeiro turno será em 6 de de outubro de 2024.
No caso do Executivo, se houver segundo turno, o novo prefeito de Ribeirão Preto será conhecido em 27 de outubro. De acordo com os parlamentares ouvidos pela reportagem, a prioridade da maioria no próximo ano será trabalhar em busca da reeleição, em uma campanha que deve ser muito concorrida.
Assim, ocupar a presidência do Legislativo tomaria muito tempo do candidato, dificultando a campanha eleitoral. A possibilidade de alguns parlamentares saírem para prefeito também foi um dos fatores citados para o desinteresse na disputa. A busca pela cadeira mais cobiçada da cidade exige dedicação quase que exclusiva.
A possiblidade de alguns parlamentares serem candidatos a prefeito também é um dos fatores citados para o desinteresse na disputa, já que uma campanha para prefeito exigiria dedicação quase que exclusiva dos candidatos. Nos meios políticos fala-se nas possíveis candidaturas de Marcos Papa (Podemos), Lincoln Fernandes (PDT) e Igor Oliveira (MDB).
Este último já lançado, como pré-candidato a prefeito pelo deputado federal e presidente nacional do Movimento Democrático Brasileiro, Baleia Rossi. Sem interessados, o atual presidente do Legislativo, o vereador Franco Ferro (PRTB), poderá ser reconduzido ao cargo pelo grupo de 14 parlamentares que formam a base de sustentação do prefeito Duarte Nogueira no Legislativo municipal, o popular Grupo dos 14 (G-14).
Todos os parlamentares ouvidos apostam na reeleição de Franco Ferro. Ao Tribuna, o presidente afirmou que seu nome está à disposição do grupo e que se seus companheiros desejarem, estará pronto para o desafio. Entre as razões defendidas por Scandiuzzi para justificar sua candidatura está a experiência de seis mandatos como vereador.
Nos bastidores do Palácio Antônio Machado Sant’Anna, Scandiuzzi tem conversado com outros vereadores pedindo apoio e voto. Ele já foi primeiro vice-presidente da Câmara em 2021. Quem for eleito presidente administrará um Legislativo com 93 servidores efetivos e 110 comissionados – cinco para cada um dos 22 gabinetes.
De acordo com a Constituição Federal, a Câmara de Vereadores tem direito a receber, todo ano, 4,5% dos recursos financeiros constantes do Orçamento Municipal por meio de transferências financeiras realizada pelo Executivo na forma de duodécimos. Para 2024, o valor seria de R$ 84.000.000 com base em 4,5%, mas essa taxa caiu para 3,50% este ano;